A imparcialidade é condição indispensável do PR.
Manuel Alegre garantiu hoje que não se candidata para favorecer nenhum Governo nem será um Presidente de facção. Num debate com alunos no ISCTE, o candidato reafirmou que a sua candidatura é “suprapartidária, independente e pessoal” e defendeu que “a imparcialidade é uma condição indispensável do Presidente da República”.
Manuel Alegre reiterou a convicção que nas eleições de 23 de Janeiro será “a primeira vez que um Presidente eleito vai à segunda volta e na segunda volta é derrotado”.
Em resposta à pergunta de um aluno num debate, esta tarde, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e Empresa, sobre o facto da sua candidatura poder servir para “salvar” o actual Governo, Manuel Alegre garantiu que exercerá “todos os poderes presidenciais independentemente de quem estiver no governo”. “Não me candidato para favorecer o PS nem para prejudicar o PSD nem o CDS. O Presidente da República quando eleito é o presidente de todos os portugueses, não é um presidente de facção nem deve entrar no jogo político-partidário”, afirmou o candidato.Manuel Alegre reafirmou que a sua candidatura é “suprapartidária, independente e pessoal” e defendeu que “a imparcialidade é uma condição indispensável para a função de um Presidente da República”. O candidato lembrou, como exemplo, o facto de Jorge Sampaio ter nomeado Santana Lopes como Primeiro-Ministro, “contra os seus amigos e o seu próprio partido”, demitindo meses depois a Assembleia da República ao perceber que não era o melhor Governo.
Questionado sobre como captar os jovens para a política, Manuel Alegre recordou que essa tem sido uma das preocupações da sua campanha, reafirmando que estará do seu lado na luta contra a incerteza do futuro. “Serei um companheiro de viagem, de rebeldia e de insubmissão. Não desistam de vocês próprios”, exortou, porque “uma pátria que não garante o futuro dos seus jovens é uma pátria ameaçada”.
Na exposição aos estudantes sobre as razões da sua candidatura, Manuel Alegre vincou as diferenças entre “duas visões do mundo”. Uma visão de “modernidade, de liberdade, de justiça social, de luta contra todas as formas de descriminação e preconceitos”, em contraponto com uma visão “conservadora com tendência para o autoritarismo” que não oferece a mesma “garantia” de vir a defender os direitos sociais e serviços públicos.
“As forças do grande capital e as forças conservadoras não porão em causa os direitos sociais nem os serviços públicos. Comigo ninguém vai tocar no Serviço Nacional de Saúde, nem na escola pública”, reafirmou o candidato, considerando que “este Presidente, pela sua prática, pelo seu conservadorismo, não dá essa garantia”. Manuel Alegre lembrou que o actual Presidente é apoiado pelo PSD, partido que apresentou um projecto de revisão constitucional que visa a “destruição do Estado Social”, defendendo que “se esvaziarem os direitos sociais, estão a ser postos em causa os direitos políticos”.
Manuel Alegre alertou ainda os jovens para que no próximo dia 23 de Janeiro vai-se “decidir o futuro político do país e a forma e o conteúdo da nossa democracia” e lembrou que o actual Presidente não está eleito. “Há sempre uma primeira vez. Embora a tradição seja a de um Presidente ser reeleito, esta pode ser a primeira vez que um Presidente que se recandidata vai à segunda volta e na segunda volta é derrotado”, afirmou convicto.
15 de Dezembro de 2010, Fotos de Suzana Jorge
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