mercredi 29 décembre 2010

Frente a frente Cavaco Silva - Manuel Alegre


Cavaco Silva acusou hoje Manuel Alegre de mentir quando o coloca contra o Estado social e de desconhecer a política externa, enquanto Alegre contrapôs que o Presidente permitiu humilhações no estrangeiro e confunde divergências políticas com insultos.
O debate entre os candidatos presidenciais Cavaco Silva e Manuel Alegre, na RTP, foi travado em tom tenso praticamente desde o primeiro minuto.
Logo nas suas primeiras palavras, Cavaco Silva queixou-se do candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda de, "pelo menos 50 vezes", o ter acusado de destruir o Estado social. "É uma acusação sem fundamento. E eu tenho que demonstrar hoje aqui que ele [Alegre] andou a enganar os portugueses", disse, antes de dizer que o mesmo se passou com os ataques feitos por Alegre em relação ao seu conceito de cooperação estratégica.
Na política externa, o candidato apoiado pelo PSD, CDS e MEP acusou Alegre "de insultar os credores" do Estado Português, companhias de seguro, fundos de pensões, fundos soberanos, bancos internacionais e aforradores do mundo inteiro. "Portanto, eu estou ao lado do Governo na linguagem que utiliza, ao lado do governador do Banco de Portugal e ao lado do dr. Durão Barroso [presidente da Comissão Europeia]", disse Cavaco Silva.
Perante este extenso ataque, Alegre começou por lamentar que Cavaco Silva tenha permitido que em Praga fosse "humilhado" pelo presidente da República Checa Vaclav Klaus, e que na Madeira aceitou não se reunir com os partidos na Assembleia Legislativa Regional, cedendo a Alberto João Jardins.
Alegre lamentou que Cavaco Silva "confunda insulto com crítica política", criticou o Presidente da República por estar em silêncio perante os ataques especulativos dos mercados internacionais e de ser omisso em relação às correntes liberais que defendem o corte dos direitos sociais.
Outro ponto de ataque de Manuel Alegre foi o de colar Cavaco Silva às posições mais conservadores, dizendo que promulgou com incómodo leis que representaram "progressos civilizacionais" como a do aborto, do divórcio ou da paridade.
Perante as respostas de Manuel Alegre, onde imperaram as críticas sobre o poder desproporcionado dos mercados face aos Estados democráticos, Cavaco Silva voltou à carga sobre o papel do Presidente da República na política externa.
"Não atuarei na política externa como sugere Manuel Alegre, porque isso atingiria a dignidade do Estado Português. Um Presidente da República que se metesse num avião para bater à porta da senhora Merkel [chanceler germânica] ou do senhor Sarkozy [Presidente da França] não seria levado a sério, porque a política externa não se faz aos gritos na praça pública", contrapôs.
In DN, 29/12/2010

Comentário do Mandatário:
Pois... estou satisfeito por isto ter acabado, não sei aonde pararia esta maneira de analisar os debates. Já em dias anteriores as notas atribuídas aos candidatos me pareceram de uma objectividade condicionada pela vontade de manter toda a “fruta no cesto”.
Quando de entrada o Candidato ao seu próprio lugar acusa Manuel Alegre de mentir aos portugueses, sem que sequer se perceba porquê realmente, os espectadores ficam surpreendidos. Mas quando lhe são apontados casos concretos (Madeira, escutas a Belém e Checoslováquia por exemplo) não responde ou envia a resposta para o Site Internet!
Idem quando foi evocado o caso do BPN, com a novidade de empurrar culpas para a actual administração.
Só ouvi um comentador dizer que Manuel Alegre tinha sido digno na maneira de abordar o assunto. Faltou acrescentar simplesmente: Manuel Alegre foi digno. Digno, como deve ser um Presidente da Republica e fez entre outras uma proposta que vale todas as outras, a de dar uma nova esperança a Portugal, incentivando políticas diferentes.
No momento em que o país atravessa um crise como a actual e se ouve o Professor Cavaco Silva dizer que Portugal precisa de um presidente com a sua experiência, só pergunto:
Para que a Direita entre em força, para restaurar os bons costumes e que fique tudo na mesma esperando a próxima crise?
Aurélio Pinto

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