http://tv2.rtp.pt/noticias/index.php?t=Defensor-de-Moura-e-Alegre-no-segundo-debate-a-dois.rtp&headline=20&visual=9&article=400111&tm=9
O candidato apoiado pelo PS e pelo BE diz que é a melhor garantia para evitar «uma maioria, um governo e um presidente» de direita. Defensor Moura assumiu-se como o candidato da regionalização
Manuel Alegre é o homem certo para a hora em que a direita ameaça voltar ao poder. «Como seria nesta austeridade financeira se os portugueses tivessem que pagar para ir à escola ou obrigados a ter um seguro de saúde para se tratarem?», disse, agitando o fantasma da revisão constitucional pretendida pelo PSD. Alegre «dá mais garantias» que Cavaco Silva para «defender os serviços públicos», argumentou no debate na RTP1. E acenou com a mudança do ciclo político e uma possível vitória de Passos Coelho nas próximas legislativas: «Para o velho sonho de Sá Carneiro - um Governo, uma maioria, um Presidente - não é preciso uma revisão constitucional».
Neste segundo frente-a-frente presidencial, o ex-autarca Defensor Moura repisou um argumento: «as regiões são a solução para Portugal».
Alegre negou que estivesse refém do Bloco de Esquerda - «não sou capturado por ninguém». PS e BE não «foram enganados», disse. A sua candidatura é autónoma e vai «desagradar a uns e a outros». Num dos momentos mais surpreendentes, invocou o nome de Mário Soares. Um Presidente tem de conseguir ser ouvido no estrangeiro. «A minha voz, como a voz de Mário Soares e a voz de Jorge Sampaio, deve fazer-se ouvir no mundo».
Esta foi uma oportunidade para criticar Cavaco Silva. Recordou que o actual Presidente disse numa entrevista ao Expresso«que não adiantava falar contra os mercados financeiros», enquanto ele entende que é preciso falar alto contra «os agiotas que põem em causa a soberania de Portugal». Alegre perdeu o menos tempo possível com o adversário em estúdio, Defensor Moura, e atacou Cavaco. O actual Presidente tentou influenciar o Governo, quando não devia, e agora cala-se quando devia falar. «Não há dois primeiros-ministros. Mas quando foi preciso mediação na crise financeira e política, o Presidente da República faltou à chamada». Cavaco também devia ter agido na negociação do PEC II.
Defensor Moura teve trabalho para justificar a sua candidatura. Se a sua intenção é a de travar a vitória de Cavaco Silva à primeira volta, porque não apoiar o mais bem colocado? Resposta: «Para já Manuel Alegre é mais conhecido dos portugueses. Mas tenho auto-estima suficiente para pensar que se for mais conhecido serei o mais votado». No discurso político, Defensor disse que o combate ao clientelismo e a reforma administrativa eram prioridade.
E em matéria de autonomia face ao PS, o deputado socialista, deu o grito do Ipiranga: «Defender o meu Governo? Não! Eu tenho massa cinzenta na cabeça».
A demarcação perante as medidas impostas por Bruxelas uniu os dois candidatos. Mas Alegre teria «de pensar» e não vetaria automaticamente o pacote apresentado esta semana pelo Governo, que contempla medidas como o embaratecimento dos despedimentos. «Teria de pensar melhor», pois «não mexe na lei» nem ataca a proibição de despedimentos sem justa causa.
Defensor e Alegre concordaram que o pacote, no conjunto, dá sinais errados, numa situação de desemprego. «É quase um apelo à facilitação dos despedimentos, cedendo a pressões que vêm de fora!», disse o segundo.
Com uma visão mais interventiva dos poderes presidenciais que Defensor Moura, o poeta não se comprometeu em matéria de dissolução do Parlamento nem fez previsões sobre o que fará Cavaco Silva se for reeleito.
Sobre o seu papel se chegar a Belém, disse na declaração final: «candidato-me para dar a volta à política» e para garantir os direitos sociais, prometendo estar «mais perto das pessoas». O oponente invocou o seu passado de autarca para apelar ao voto. «Mais do que palavras há que demonstrar capacidade de acção. Tenho experiência a dirigir câmaras com vários partidos».
Depois do segundo debate na RTP, moderado por Judite de Sousa, a ronda prossegue amanhã, na SIC, com a entrada em cena de Cavaco Silva. Pela frente terá Fernando Nobre.
In sol, 16/12/2010,por manuel.a.magalhaes@sol.pt
Manuel Alegre é o homem certo para a hora em que a direita ameaça voltar ao poder. «Como seria nesta austeridade financeira se os portugueses tivessem que pagar para ir à escola ou obrigados a ter um seguro de saúde para se tratarem?», disse, agitando o fantasma da revisão constitucional pretendida pelo PSD. Alegre «dá mais garantias» que Cavaco Silva para «defender os serviços públicos», argumentou no debate na RTP1. E acenou com a mudança do ciclo político e uma possível vitória de Passos Coelho nas próximas legislativas: «Para o velho sonho de Sá Carneiro - um Governo, uma maioria, um Presidente - não é preciso uma revisão constitucional».
Neste segundo frente-a-frente presidencial, o ex-autarca Defensor Moura repisou um argumento: «as regiões são a solução para Portugal».
Alegre negou que estivesse refém do Bloco de Esquerda - «não sou capturado por ninguém». PS e BE não «foram enganados», disse. A sua candidatura é autónoma e vai «desagradar a uns e a outros». Num dos momentos mais surpreendentes, invocou o nome de Mário Soares. Um Presidente tem de conseguir ser ouvido no estrangeiro. «A minha voz, como a voz de Mário Soares e a voz de Jorge Sampaio, deve fazer-se ouvir no mundo».
Esta foi uma oportunidade para criticar Cavaco Silva. Recordou que o actual Presidente disse numa entrevista ao Expresso«que não adiantava falar contra os mercados financeiros», enquanto ele entende que é preciso falar alto contra «os agiotas que põem em causa a soberania de Portugal». Alegre perdeu o menos tempo possível com o adversário em estúdio, Defensor Moura, e atacou Cavaco. O actual Presidente tentou influenciar o Governo, quando não devia, e agora cala-se quando devia falar. «Não há dois primeiros-ministros. Mas quando foi preciso mediação na crise financeira e política, o Presidente da República faltou à chamada». Cavaco também devia ter agido na negociação do PEC II.
Defensor Moura teve trabalho para justificar a sua candidatura. Se a sua intenção é a de travar a vitória de Cavaco Silva à primeira volta, porque não apoiar o mais bem colocado? Resposta: «Para já Manuel Alegre é mais conhecido dos portugueses. Mas tenho auto-estima suficiente para pensar que se for mais conhecido serei o mais votado». No discurso político, Defensor disse que o combate ao clientelismo e a reforma administrativa eram prioridade.
E em matéria de autonomia face ao PS, o deputado socialista, deu o grito do Ipiranga: «Defender o meu Governo? Não! Eu tenho massa cinzenta na cabeça».
A demarcação perante as medidas impostas por Bruxelas uniu os dois candidatos. Mas Alegre teria «de pensar» e não vetaria automaticamente o pacote apresentado esta semana pelo Governo, que contempla medidas como o embaratecimento dos despedimentos. «Teria de pensar melhor», pois «não mexe na lei» nem ataca a proibição de despedimentos sem justa causa.
Defensor e Alegre concordaram que o pacote, no conjunto, dá sinais errados, numa situação de desemprego. «É quase um apelo à facilitação dos despedimentos, cedendo a pressões que vêm de fora!», disse o segundo.
Com uma visão mais interventiva dos poderes presidenciais que Defensor Moura, o poeta não se comprometeu em matéria de dissolução do Parlamento nem fez previsões sobre o que fará Cavaco Silva se for reeleito.
Sobre o seu papel se chegar a Belém, disse na declaração final: «candidato-me para dar a volta à política» e para garantir os direitos sociais, prometendo estar «mais perto das pessoas». O oponente invocou o seu passado de autarca para apelar ao voto. «Mais do que palavras há que demonstrar capacidade de acção. Tenho experiência a dirigir câmaras com vários partidos».
Depois do segundo debate na RTP, moderado por Judite de Sousa, a ronda prossegue amanhã, na SIC, com a entrada em cena de Cavaco Silva. Pela frente terá Fernando Nobre.
In sol, 16/12/2010,por manuel.a.magalhaes@sol.pt
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