mercredi 1 décembre 2010

“projecto estratégico de destruição do Estado Social”


Actual Presidente aderiu ao projecto estratégico de destruição do Estado Social
Manuel Alegre acusou hoje em Sines Cavaco Silva de aderir ao “projecto estratégico de destruição do Estado Social” da direita, ao defender que a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde devia ser discutida sem "preconceitos ideológicos". Para o candidato, o actual Presidente é co-responsável pela crise económica e pela situação do país, considerando o seu mandato uma “experiência falhada”.
30 de Novembro de 2010

Manuel Alegre, que falava num almoço com apoiantes depois de uma visita ao Porto de Sines, criticou o actual Presidente que ontem, na apresentação do seu manifesto, disse que “Portugal precisa de um Presidente com muita experiência” e que fez “muitos avisos” chegando a considerar a “situação explosiva”. “A experiência não serviu para nada” considerou Manuel Alegre, que critica Cavaco Silva por não ter usado os poderes presidenciais que detém, o que significa uma “experiência falhada”. Sobre os “avisos”, Alegre considera que “não serviram para nada e embora o candidato Cavaco Silva queira lavar as mãos como Pilatos ele é co-responsável pela crise e pela situação em que se encontra o nosso país”.
Manuel Alegre acusou ainda Cavaco Silva de se ter “revelado”, depois de um longo silêncio sobre o projecto de revisão constitucional do PSD, e estar “a abrir caminho ao esvaziamento do Serviço Nacional de Saúde como um serviço universal e tendencionalmente gratuito”. “Ele disse que devia ser discutida a sustentabilidade do SNS sem preconceitos ideológicos e ao fazer esta afirmação, ele está a tomar partido, está a fazer uma afirmação ideológica e está a aderir à posição das forças políticas do centro-direita que o apoiam e que têm um projecto estratégico de destruição do Estado Social, nomeadamente do SNS”, sublinhou o candidato.
“Quando ele diz que sem preconceitos ideológicos se deve discutir a sustentabilidade do SNS e da Segurança Social está a abrir o caminho ao esvaziamento do SNS como um serviço universal e tendencionalmente gratuito e está a abrir o caminho à privatização da segurança social”, frisou. Para Manuel Alegre, é isso que vai estar em causa no próximo dia 23 de Janeiro: “é essa a escolha que os portugueses vão ter que fazer e essa é uma escolha política, sobre o modelo político do país, sobre o modelo de sociedade, sobre a forma e o conteúdo da nossa democracia”.
Manuel Alegre reiterou a sua promessa de que, consigo na presidência, nos serviços públicos “ninguém toca”. “A minha posição é clara, comigo na presidência, ninguém toca no Serviço Nacional de Saúde, ninguém toca da Segurança Social pública, ninguém toca no conceito de justa causa e ninguém toca na escola pública”.
Recusando que em democracia haja vencedores antecipados e lembrando que Cavaco Silva “não está eleito”, o candidato frisou que “este é um confronto entre esquerda e direita”, deixando um apelo a “toda a esquerda portuguesa, a todas as forças progressistas, a todos aqueles que acreditam nos valores da democracia social, económica e política” para que votem “pela democracia” e “pelos valores de Abril”.
O candidato deixou ainda uma mensagem aos jovens, lembrando que o seu combate é para que “a juventude volte a ter um lugar ao sol” e não abandone o seu país. No almoço com cerca de cem apoiantes, Manuel Alegre agradeceu ainda a presença e o apoio manifestado pelo presidente da Câmara de Sines, Manuel Coelho, ex-comunista que se recandidatou e venceu apoiado por um movimento de cidadãos.
Durante a manhã, Manuel Alegre reuniu com a administração do Porto de Sines, presidida por Lídia Sequeira, salientando que foi mais uma confirmação, à semelhança do que constatou noutras visitas, da “sustentabilidade de Portugal”. No final do encontro, o candidato sublinhou que o Porto de Sines “permite diversificar as fontes de abastecimento, nomeadamente no que respeita às fontes de energia”, considerando tratar-se de um “sector estratégico e decisivo para o futuro de Portugal”. “É apostando em investimentos desta natureza que nós podemos desenvolver o nosso país e sair da situação em que nos encontramos”, frisou Manuel Alegre.

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