mercredi 8 décembre 2010

Autonomia de Portugal "está em risco"


O candidato presidencial diz que ameaçar "direitos sociais e serviços públicos" representa "um retrocesso civilizacional".
Discursando num jantar com várias personalidades ligadas ao mundo da literatura, no Martinho da Arcada, em Lisboa, o candidato apoiado pelo PS e pelo BE disse ter decidido entrar pela segunda vez na corrida a Belém por ter "a convicção de que Portugal é um destino" que "está nas mãos" dos portugueses e pelo qual, "mais do que nunca", todos os portugueses são responsáveis.
"Porque a autonomia nacional está em risco perante a ameaça de uma nova forma de ditadura: a ditadura dos mercados financeiros. Porque a Europa está a ser desconstruída com o reforço do centro em desfavor dos Estados periféricos e com os contribuintes a pagarem a socialização das perdas do sistema bancário", apontou.
Manuel Alegre considerou ainda que "o capitalismo financeiro está completamente desregulado" e que "a tentativa de aproveitar a crise para pôr em causa direitos sociais e serviços públicos que custaram a luta de muitas gerações constitui um retrocesso civilizacional".
O candidato às eleições presidenciais de 23 de Janeiro entende que, "para além do défice das contas públicas, há outros défices" em Portugal, como "o social, o da educação, o da igualdade, o do emprego, o da saúde, o da cultura".
"Há um défice de confiança e de esperança. Portugal não pode rimar com tanta desigualdade, tanto desemprego, tanta pobreza, tão grande desequilíbrio na distribuição dos rendimentos. Não podemos permitir que a persistência de todos estes défices dê lugar, um dia, a outro bem mais doloroso: um défice de Portugal e um défice de democracia", advertiu Manuel Alegre.
Num jantar onde estiveram presentes escritores como Hélia Correia, José Manuel Mendes, Mário Vieira de Carvalho, Maria Teresa Horta ou Rui Zink, o ex-deputado do BE Fernando Rosas ou o antigo deputado do PS e grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, António Reis, o candidato a Belém disse que a diminuição dos direitos sociais ou dos serviços públicos afectará "gravemente a qualidade da democracia".
Antes de Manuel Alegre, discursaram ainda Daniel Sampaio, mandatário por Lisboa, e a escritora Hélia Correia.
Questionado pela agência Lusa sobre as medidas que o Governo se prepara para anunciar no âmbito da legislação laboral e sobre a eventual constituição de uma nova comissão de inquérito ao caso Camarate, Alegre rejeitou tecer qualquer comentário.
In Económico com Lusa 08/12/10

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