mercredi 1 décembre 2010

Paris, Pontault-Combault e Léognan

Manuel Alegre fez campanha em França

O candidato às eleições presidenciais, Manuel Alegre, esteve em Paris e em Léognan (arredores de Bordeaux) para encontros como militantes e com a Comunidade portuguesa.Aproveitou também para se encontrar com dirigentes socialistas franceses.O encontro de domingo passado em Pontault-Combault vai certamenteficar nas memórias da campanha. Foi rico em mensagens políticas mastambém em emoção. Joaquim Pires, membro da Direção da associaçãoescolheu três temas musicais que foram “magnificamente interpretados”pelo grupo coral, deixando o próprio Manuel Alegre bastante emocionado. Houve intervenções políticas de Alda Pereira Lemaitre, de Nathalie de Oliveira (que aliás também não resistiu em ler um poema) e de Mário Castilho, Presidente da associação, entre muitos outros. A sede da associação foi aliás pequena para acolher tanta gente.Manuel Alegre disse aos jornalistas que veio a França “porque considero que o Presidente da República deve ser o Presidente de todos os Portugueses. E quando digo todos, refiro-me aos que moram dentro e fora do país”.Para acompanhá-lo na deslocação a França, estava a esposa, Mafalda Durão Ferreira, uma das maiores especialistas em questões relacionadas com a emigração por ter exercido funções até há bem pouco tempo na Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP). Aliás Mafalda Durão Ferreira começou por integrar os Serviços sociais da Embaixada de Portugal em Paris e conheceu Manuel Alegre na capital francesa. Da comitiva faziam ainda parte Patrocínia César, em representação da estrutura da campanha e o Deputado eleito pelo círculo eleitoral da Europa, Paulo Pisco. “O Paulo Pisco bem tentou convencer-me em ir também ao Brasil, mas vai ser difícil” disse o Candidato num jantar que teve lugar em Paris, no restaurantel’Arganier. Manuel Alegre afirma que “a minha candidatura é supra partidária” mas é apoiado pelo Partido Socialista e pelo Bloco de Esquerda. Aurélio Pinto, o Mandatário do Candidato para a França é também o Secretário Coordenador da Secção Socialista de Paris, que mobilizou os seus militantes para o jantar se sexta-feira à noite. Também lá estava Parcidio Peixoto e Maria de Lurdes Rodrigues da Secção socialista dos Yvelines. Em Léognan foi o socialista ÁlvaroPimenta, eleito municipal e membro do Conselho das Comunidades Portuguesas, quem acolheu o Candidato.Mas o Bloco de Esquerda também está mobilizado. Cristina Semblano esteve na mesa de honra do jantar de sexta-feira, onde estava também, por exemplo, Albano Cordeiro. O Euro-Deputado Miguel Portas também se deslocou de Bruxelas para estar na campanha de Manuel Alegre em Paris.“Eu vim cá para vos dar um abraço” foi assim que Manuel Alegre se dirigiuaos seus apoiantes. “Eu também pertenci à Comunidade de emigrantes e por isso nunca deixarei de ser dos vossos” acrescentou.“Eu sou candidato às eleições presidenciais porque não quero que toquem na escola pública, nos direitos fundamentais da democracia, no sistema público de saúde, nos direitos dos trabalhadores,...” disse Manuel Alegre. “E no dia 23 dejaneiro vão ter de escolher entre um candidato progressista como eu, ou um candidato conservador nas questões sociais e nas questões políticas”.E acrescenta que “eu não sou um candidato para preservar ou para derrotar este ou aquele governo. Sou candidato para garantir a Constituição”.Interrogado sobre a crise política, Manuel Alegre diz que “os Estados endividaram-se para salvar a banca e agora a banca não se preocupa com a situação difícil do país”. Alegre está confiante que vai à segunda volta e que “na segunda volta vou ganhar de certeza. Preparem-se para ter algumas surpresas”lançou aos jornalistas contrariando as sondagens. “Eu não posso ter um dia 18% e no outro dia 35% das intenções de voto, há algo que está mal nas sondagens, não acham?” Apoio incondicional francês Aproveitando a sua passagem porParis, Manuel Alegre encontrou-se com o Maire de Paris, Bertrand Delanoë, que se disponibilizou para entrar na campanha presidencial de Manuel Alegre, em Lisboa ou na capital francesa, e irá gravar um vídeo de apoio ao candidato.“Foi um encontro marcado por uma grande solidariedade e fraternidadesocialista”, disse Manuel Alegre que manifestou a sua satisfação pelo apoio recebido: “Fiquei muito sensibilizado, até porque Bertrand Delanoë é uma das grandes figuras do socialismo francês”, afirmou. Ainda no dia de sexta-feira, ManuelAlegre encontrou-se com o dirigente do Partido Socialista Francês Harlem Désir, na rue de Solferino e teve ainda um “encontro pessoal” com oex-Primeiro Ministro Lionel Jospin.Um encontro inicialmente presisto com o Embaixador Francisco Seixasda Costa acabou por ser anulado devido à ausência do Embaixador português.Harlem Désir, Secretário Coordenador do Partido Socialista Francês, declarou o “apoio entusiástico” do PSF e da sua líder, Martine Aubry, à eleição presidencial de Manuel Alegre. Logo após o encontro com o Candidato, Harlem Désir anunciou que “o Partido Socialista francês acredita que a eleição dessegrande escritor, militante histórico da esquerda portuguesa e dirigente político de dimensão internacional,seria uma grande vitória para a esquerda em Portugal, mas tambémpara o conjunto da esquerda europeia”.Num discurso em francês, em Léognan, Manuel Alegre dirigiu fortes críticas ao presidente Nicolas Sarkozy “por se ter aliado à senhora Merkel contra os países periféricos da Europa, recordando, contudo, que há outra França, a Republicana, progressista e socialista”. O candidato defende “uma democracia ativa” a partir de Belém, "é preciso repensar na Europa" e "refazer solidariedade que esteve na base da construção europeia. Manuel Alegre defendeuque “Portugal tem condições para resolver os seus próprios problemas” e considerou “lamentável” que o líder do principal partido da oposição defenda a entrada do FMI, porque isso “enfraquece a posição portuguesa”. O Maire de Léognan, Bernard Fath, saudou Manuel Alegre com palavras fraternas. O candidato recordou a importância dos laços de fraternidadeque unem Portugal a França, que para muitos portugueses “foi uma segunda pátria” e expôs as principais bandeiras da sua candidatura, em especial a defesa da democracia social, que é também uma bandeira de toda a esquerda europeia. Como disse o Presidente Miterrand, lembrou Manuel Alegre, “o socialismo é a ideia mais nova do mundo”. Aurélio Pinto, o Mandatário da campanha de Manuel Alegre em França, faz um balanço positivo destes três dias de encontros.

In Lusojornal, 1/12/2010

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