lundi 29 novembre 2010

Le Parti Socialiste Français soutien Manuel Alegre

Manuel Alegre, candidat à l'élection présidentielle portugaise, soutenu par le Parti socialiste portugais et le Bloc de gauche, a été reçu vendredi 26 novembre au siège du Parti socialiste par Harlem Désir, Secrétaire national à la Coordination. A cette occasion, Harlem Désir a exprimé le soutien enthousiaste de Martine Aubry et du Parti Socialiste à la campagne de Manuel Alegre pour l’élection présidentielle du 23 janvier 2011. Le PS français considère que l'élection de cet immense écrivain, militant historique de la gauche portugaise et dirigeant politique de dimension internationale, serait une grande victoire pour la gauche au Portugal mais aussi pour l’ensemble de la gauche européenne.Lors de cet entretien a été évoquée la nécessité de renforcer les liens entre les gauches européennes face à la crise que connaît l'Europe. Les deux socialistes ont réaffirmé leur refus commun des politiques d'austérité et de casse des droits sociaux que les conservateurs et les libéraux veulent imposer aux peuples européens. Ils ont aussi souligné l'importance de l'union de la gauche dans chaque pays pour remporter les combats électoraux majeurs comme les élections présidentielles.Le PS rappelle son attachement historique à l'amitié fraternelle entre la France et le Portugal et appelle tous les Portugais de France et tous les partisans d’une alternance présidentielle au Portugal à se mobiliser pour l'élection de Manuel Alegre.

Resultados animadores em Lisboa e no sul

A sondagem da Eurosondagem para a SIC, Expresso e Rádio Renascença hoje publicada no Expresso repete, com variações inferiores à margem de erro do estudo, os valores de há um mês atrás. Manuel Alegre surge agora com 32% das intenções de voto e Cavaco Silva com 57%, mas na Área Metropolitana de Lisboa e no sul do país o actual Presidente não consegue os 50% e Manuel Alegre sobe para 40%.
Estes resultados são bastante diferentes de sondagens divulgadas a seguir ao anúncio da recandidatura de Cavaco, com variações que podem chegar a mais de 20 pontos, pondo em causa o grau de confiança que se pode ter neste tipo de instrumentos. Mas o mais importante é referir que estes números surgem depois de um mês em que a campanha presidencial quase desapareceu dos media e em que o actual Presidente foi notícia praticamente todos os dias, com os canais generalistas a dedicar 4 horas e 55 minutos a Cavaco Silva.
Os resultados de Manuel Alegre em metade do país reforçam, como referiu o director da campanha, Duarte Cordeiro, “a convicção de que vai haver um segunda volta”. O que é preciso é que esta campanha não continue a ser desvalorizada e silenciada. Como Manuel Alegre dizia na entrevista ao Sol, não estamos “outra vez na clandestinidade”.
Os debates e a intensificação da campanha irão certamente contribuir para reforçar a mensagem essencial da sua candidatura: precisamos de um Presidente capaz de defender Portugal nesta hora difícil. E capaz de resistir e de se bater com todas as suas forças pelos direitos sociais ameaçados, aqui e em toda a Europa, por uma ofensiva escandalosa dos mercados financeiros, com a conivência da direita conservadora e perante o silêncio cúmplice de Cavaco Silva.
A candidatura de Manuel Alegre
27 de Novembro de 2010

Discurso Alegre em Pontault-Combault


Discurso Alegre em Pontault-Combault
Para mim e para os que represento, é um dia inesperado. Um dia grande. Um dia grave. Um dia histórico. Um dia único. Um dia alegre. Um dia Manuel Alegre.
Dizem que somos poucos. Quem ? Nós, os Portugueses. Talvez… Em particular, ainda no que diz respeito à participação cívica e política. Dizem que somos discretos, pior invisíveis, tanto do lado de origem como no país de acolhimento.
O meu compromisso político nasceu da vontade de contradizer esta realidade triste que sei em verdadeira transformação, melhor dito, ouso a palavra revolução. Tranquila mas determinada. Como assim? Comprometi-me para ver um sonho realizado, o sonho de ver os Portugueses plenamente inseridos nas vidas públicas dos seus países. Nas escolas, nas associações, nas freguesias, nas Câmaras, nos Conselhos de todo o género, nas Assembleias da República. Com voz e voz que seja ouvida! Cá e lá.
Apesar das inúmeras dificuldades no caminho, o que me espanta e não exagero quando o digo, todos os dias, é a vitalidade do mundo associativo português, a capacidade das segundas e terceiras gerações afirmarem ser e viverem-se como Portugueses. Continua-se a gritar, por aqui e por ali, para conseguir aulas de português, verbas, locais de vida portuguesa no coração das cidades francesas, geminações, portugalidade, até que enfim!
Dr. Manuel Alegre, volte a Portugal com a certeza que Portugal também está aqui, em França, e na Europa. Para alguns de nós, desde há mais de meio século. Nenhum país deve ter tantos embaixadores pelos quatro cantos do mundo a ser Portugal.
De facto, neste pedaço do meu compromisso político, simplesmente, não me canso de tentar estar à altura desta história do Salto, e desta frase da minha mãe: « Tu não sabes o que chorámos quando deixámos Portugal ».
Sim, Dr. Manuel Alegre, veio ao encontro de pedaços de Portugal e aproveito para ler um poema seu que tantos, tantos rodeios fez as nossas vidas. Um poema vindo à luz, em Julho de 1964 quando chegou, como tantos dos seus compatriotas, em Paris na Gare d’Austerlitz.

Meu Portugal em Paris.
Solitário
por entre a gente eu vi o meu país.
Era um perfil
de sal
e Abril.
Era um puro país azul e proletário.
Anónimo passava.
E era Portugal
que passava por entre a gente e solitário
nas ruas de Paris.

Vi minha pátria derramada
na Gare de Ausrerlitz. Eram cestos
e cestos pelo chão. Pedaçosdo meu país.
Restos.
Braços.
Minha pátria sem nada
sem nada
despejada nas ruas de Paris.
E o trigo?
E o mar?
Foi a terra que não te quis
ou alguém que roubou as flores de Abril?
Solitário por entre a gente caminhei contigo
os olhos longe como o trigo e o mar.
Éramos cem duzentos mil?
E caminhávamos. Braços e mãos para alugar
meu Portugal nas ruas de Paris.
O Canto e as Armas (1967)
Um homem que escreveu estas linhas, estes versos, à procura dos seus, à nossa procura, sem outras armas do que palavras, no exílio, só pode ser Presidente da República, de Portugal e de todos os Portugueses!
Com este poema, disse-nos ter caminhado connosco.
Hoje, somos nós, outros filhos de Portugal, filhos destes Portugueses que dizem com orgulho e alegria, aqui, agora, querer caminhar consigo.
Ao seu lado, sempre que precisar e, sempre que Portugal precisar de nós.
Viva este país « onde a terra se acaba e o mar começa, » « este verde azul cinzento » seu!
Viva Portugal !
Viva Manuel Alegre !

Por Nathalie de Oliveira, Autarca e coordenadora da secção do PS português em Metz

« Les plans de rigueur n'aboutissent à rien »

Manuel Alegre, candidat socialiste à la présidentielle de janvier, était hier à Bordeaux
Après que la Grèce et l'Irlande ont appelé à l'aide l'Union européenne et le FMI, le Portugal pourrait être la prochaine victime de la crise finan­cière secouant la zone euro. Alors que les marchés doutent de sa capa­cité à régler sa dette - 26,5 milliards à rembourser en 2011 - le gouver -ne­ment du socialiste Socrates s'est résolu à adopterunbudget20H d'austérité pour les rassurer. Il prévoit de baisser le déficit du PIB de 73 % à 4,6 % en ;20ll en augmentantlaTVA de 2points (23 %) et en taillant dans le salaire des fonctionnaires, les pen­sions et les prestations sociales.
C'est dans ce contexte que nous avons rencontré, hier à Bordeaux, Manuel Alegre, 74 ans, écrivain et homme politique.
« Sud Ouest ». Quel est l'objet de votre visite à Bordeaux ? Manuel Alegre. Je suis en campagne électorale pour l'élection présiden­tielle dû 23 janvier prochain. Mon pays a un régime semi-présidentiel et le mandat est de cinq ans. J'avais été battu lors du précédent scrutin en 2006, mais, cette fois, j'ai bon es­poir car le PS me soutient
Le Sud-Ouest abrite une vaste communauté portugaise qui est aussi amenée à voter. Je tiens ce sa­medi une réunion à Léognan (33) avant de repartir à Paris, j’ai été reçu vendredi par le maire de Paris, M. De­lanoë, et les dirigeants du PS fran­çais. Je rentre ensuite au Portugal.
La situation financière est très ten­due dans votre pays, quelle est vo­tre analyse ?
C'est évidemment très préoccu­pant, mais dans mon esprit, c'est l'avenir de l'Union européenne qui l'est Après la crise mondiale de 2008,les États sont venus au secours des banques et maintenant ce sont elles qui imposent leurs condi­tions !
LaGrèce, l'Irlande, le Portugal, par­tout la réponse est la même : politi­que de rigueur et d'austérité, et c'est Monsieur Tout-le-monde qui en souffre. Or, c'est une voie sans issue qui aggrave le chômage et amène de la pauvreté. Il y a un manque de volonté politique face auxmarchés financiers.

Quelles sont vos solutions ?
Après la crise de!929, Roosevelt avait mené une politique de grands tra­vaux pour relancer l'économie. Il faut travailler vers ce type de solu­tions et arrêter la pensée unique de l'austérité. Au nom de la guerre pour sauver l'euro, on risque au­jourd'hui de démolir l'Union euro­péenne. Je note qu'en son sein, le centre ne tient plus beaucoup compte des États» périphériques » comme le nôtre. Dans notre conti­nent ce n'est pas Bruxelles qui dirige en collégialité mais c'estrAllemagne qui commande. Et Nicolas Sarkozy est dans son sillage. Mais si le Portu­gal doit appeler à l'aide pour assu­rer ses remboursements, ce sera après l'Espagne, puis la France... Certains pays sont plus endettés que nous.
Le Portugal n'a-t-il pas sa part de res­ponsabilité, avec sa croissance faible et sa gestion approximative ? Commed'autres,nous avons perdu en compétitivité, victimes de la mondialisation. Nous devons con­solider notre appareil de produc­tion. Par exemple, agriculture et pê­che ont été trop délaissées. On se rend compte désormais que le Por­tugal a vécu au-dessus de ses moyens. Mais la grève générale de mercredi dernier, la plus impor­tante de l'histoire récente; montre que notre peuple veut s'en sortir.
In Sd Ouest, 28/11/2010
Propos recueillis par
César Compadre

Presidente da Câmara de Paris vai participar na campanha



O presidente da Câmara de Paris, Bertrand Delanoë, disponibilizou-se para entrar na campanha presidencial de Manuel Alegre, em Lisboa ou na capital francesa, e irá gravar um vídeo de apoio ao candidato. O apoio foi manifestado durante um encontro na Câmara parisiense, no âmbito da visita de três dias que Manuel Alegre está a realizar a França.
“Foi um encontro marcado por uma grande solidariedade e fraternidade socialista”, disse Manuel Alegre que manifestou a sua satisfação pelo apoio recebido: “Fiquei muito sensibilizado, até porque Bertrand Delanoë é uma das grandes figuras do socialismo francês”, afirmou.
Durante o dia de hoje, Manuel Alegre encontra-se ainda com o dirigente do Partido Socialista Francês (PSF) Harlem Désir, a que se segue um encontro pessoal com Lionel Jospin e um jantar com a estrutura de campanha em França, que reunirá diversas personalidades das comunidades portuguesas.
Amanhã, Sábado, já em Bordéus, Manuel Alegre encontra-se durante a tarde com personalidades portuguesas e francesas no Largo Aristides Sousa Mendes. Este local, em Léognan, foi escolhido de forma simbólica para homenagear a acção do antigo embaixador português Aristides Sousa Mendes no início da II Guerra Mundial. Aristides Sousa Mendes foi destituído em 1940 pelo regime de Oliveira Salazar, depois de ter ajudado milhares de judeus a obter visto para fugirem às forças nazis.
Manuel Alegre, que estará em França acompanhado pela sua mulher, Mafalda Durão Ferreira, pelo deputado do PS Paulo Pisco e por Patrocínia César (em representação da estrutura nacional de campanha), termina a sua visita no domingo com uma recepção com autarcas na associação de Pontault Combault, uma associação com 35 anos de existência, fundada por Coimbra Martins, numa região com uma larga comunidade portuguesa nos arredores de Paris.
Veja o programa da visita AQUI.Veja a mensagem de Manuel Alegre às comunidades portuguesas AQUI.
Com Lusa, 29/11/2010

‘A recessão põe em risco a democracia’

Aos 74 anos, opoeta e ex-deputado tenta pela segunda vez a eleição presidencial, agora com apoio partidário. Queixa-se de a sua campanha estar a ser ignorada nos media e diz que «não se candidata para preservar o Governo do PS».
26 de Novembro de 2010

Como está a correr a campanha?
Muito bem, mas tem sido boicotada. Há uma tentativa de desvalorizar esta campanha. Isso é evidente. Mas eu não aceito que a comunicação social continue a ignorar os jantares com 500 e 600 pessoas que temos feito. Como é? Estou outra vez na clandestinidade?
Fez campanha no dia da greve?
Não houve acções de campanha nesse dia. Por uma questão de respeito.
Teve uma posição um pouco tímida relativamente a esta greve.
Não vamos voltar a esse assunto! Qual timidez, qual carapuça. Já foram perguntar ao Cavaco Silva se ele apoiou a greve geral? Eu sou um candidato à Presidência da República, tenho sentido de Estado e de responsabilidade. Por isso, reuni com as duas centrais sindicais e disse tudo o que tinha a dizer, como candidato de esquerda. Esta greve é um facto sindical, político e democrático novo, num contexto novo. E pode criar uma dinâmica útil à democracia. É um alerta para a sociedade.
Em 2005 não teve o apoio do PS e do Governo, agora tem. Articula o seu discurso com eles? Não se sente mais constrangido?
Não articulo, nem negoceio nada com ninguém. Anunciei a minha disponibilidade sem consultar ninguém, formalizei a candidatura sem consultar ninguém. Sou candidato à Presidência, sou livre e sou independente. Como sempre fui, mesmo dentro do próprio PS.
No contacto que tem tido com as pessoas, como explica os sacrifícios que lhes são impostos?
Ao fim de 30 anos de democracia, é difícil as pessoas suportarem um certo tipo de sacrifícios, sobretudo quando não se lhes dá um sentido para esses sacrifícios. E um horizonte. A democracia avalia-se pelos resultados concretos e pelas melhorias que traz para a vida das pessoas. Se a vida se transforma em recessão, desemprego e falta de horizontes, é a democracia que fica em risco. Por outro lado, as pessoas estão muito descrentes dos políticos e da política. Mas eu não me envergonho de ser político. É uma das divergências que tenho com Cavaco Silva: ele apresenta-se como um não-político candidatando-se a um cargo político. Isso é mau. Vamos todos assumir as nossas responsabilidades. E dizer a verdade às pessoas. Eu digo que não é suportável que este ano seja difícil e que o próximo seja mais. Digo que é preciso mudar de paradigma e de políticas.
E mudar de políticos também?
Sim, mudar alguns políticos.
Os que estão no poder?
Isso é o povo que decide, mas com certeza também alguns que estão no poder.
O Governo está a dar o exemplo do que está a pedir às pessoas?
Compreendo que queiram fazer de mim um candidato contra o Governo, mas eu já fui deputado e tomei as atitudes que tomei. Neste momento, o meu adversário é só o actual Presidente da República.
Cavaco Silva parece não estar aberto a debates na televisão. Vai participar na mesma?
Isso é porque ele tem medo do debate. Não gosta da incomodidade que é a democracia.
E fica surpreendido? Da outra vez, ele aceitou.
Agora, é Presidente da República. É por isso. Mas vai ser difícil não aceitar. Acho que lhe fica mal, mostra que não gosta de contraditório. Aliás, acho que, neste momento, há uma confusão entre a função presidencial e a de candidato.
Corremos o risco de ter campanha apenas no período oficial?
De facto, acho que não querem que a campanha exista. A direita tem medo que haja segunda volta porque está convencida que Cavaco perde. Precisa que ele seja eleito logo, para que seja posto em prática o projecto que lhe está subjacente.
E qual é?
O que é preciso saber é o que fará o Presidente da República eleito se se puserem em causa determinados serviços públicos. Eu já disse o que farei: para mim, não é precisa nenhuma revisão constitucional. Além disso, defendo que, em democracia, os direitos sociais e políticos são inseparáveis, e que, se se esvaziam os direitos sociais, os direitos políticos ficam enfraquecidos. Agora, e ele? Ainda não disse nada sobre isso. Por outro lado, ele cometeu um erro de interpretação sobre o que é a função presidencial. O conceito de cooperação estratégica deixa subentendido uma ideia de partilha da função executiva. Isso corresponde ao perfil dele, que é um executivo. Mas o PR não é um tutor do primeiro-ministro, nem um ‘super-_-PM’. Ele criou a ilusão de que, por ser economista, resolvia os problemas. Mas não resolveu nada. E onde devia falar, teve uma atitude conformista, de aluno bem comportado.
Cavaco diz que fez vários alertas, mas não foi ouvido.
Fez a quem? Se não o ouviram, falhou redondamente. Porque o PR deve ser ouvido. Então, ele também é responsável por esta crise. E onde era preciso fazer ouvir a voz do PR, ele não se fez ouvir. Se calhar, acha que os mercados e as empresas de rating até têm razão na apreciação que fazem da nossa economia.
O Governo devia ter actuado mais cedo perante os sinais óbvios da crise?
[Silêncio] Porventura, sim. Mas o Presidente também devia ter actuado mais cedo, na convocação dos partidos, do Conselho de Estado e dos parceiros sociais. Devia ter actuado mais cedo também junto das instâncias internacionais e junto da Europa. Sobretudo junto de Angela Merkel e de Sarkozy. Aí, é que ele devia ter actuado, em conjugação com o Governo. Não era só junto do ministro das Finanças.
Tem dito que não promulgará nada com que não concordar. Se o FMI pressionar Portugal a aprovar medidas mais drásticas, o que é que o PR pode fazer?
Eu defendo a Constituição. Pode haver restrições ou alterações, mas eu veto a privatização do SNS, da escola pública e da segurança social. Veto também o fim da justa causa na lei laboral.
Partilha a opinião de António Costa que disse que, se Cavaco for eleito, há o risco de vir a dissolver o Parlamento?
Há esse risco. Mas eu não me candidato para defender este ou qualquer outro governo. A minha questão é o que fazer caso haja um governo que ponha em causa os direitos sociais. Esse é um problema que só um Presidente em funções, perante os dados que tem na mão, pode responder. Eu não me candidato para preservar o Governo do PS mas também não posso dizer que não vou dissolver a AR. Não sei se não vou ser obrigado a isso. Candidato-me, sim, contra o projecto de destruição do Estado Social. E Cavaco ainda não disse se é a favor ou se é contra isso.
Avançaria para um Governo de iniciativa presidencial?
Sou contra soluções carácter administrativo, que não passem pelos mecanismos democráticos. Seja como for, neste momento, essa questão não se põe: o Governo não foi demitido nem censurado, e não há vontade de coligações por parte de nenhum partido. Aliás, é por isso que não percebo aquela proposta do Luís Amado.
Um primeiro-ministro tem sempre de ser sufragado pelos votos?
Tem que ter o apoio do Parlamento. Mas não vai acreditar que o PS aceitaria a substituição de Sócrates por qualquer outro PM, pois não?
Bom... Quando aparece um ministro a falar em coligações, outro em remodelação, se calhar é o que o PS quer.
Neste momento, o Presidente não pode fazer nada. E não pode substituir-se aos partidos. Esse é um falso problema, que minimiza a importância da eleição presidencial, quando sabemos que a forma e o conteúdo da nossa democracia vão depender muito do resultado da eleição.
Mário Soares tem feito elogios públicos ao PR. Surpreenderia-o se acabasse por apoiar Cavaco?
Nada em política me surpreende. Esse não é um problema meu. Isso tem a ver com a consciência de cada um e do lugar que quer ter na história. Esta eleição pode ser muito bipolarizada como foi a eleição dele. Mário Soares deve a sua vitória à mobilização do PS mas também ao PCP, que convocou um congresso extraordinário para o apoiar. Ele agora decidirá que partido quer tomar, de que lado quer estar.
O primeiro-ministro vai ou não participar na campanha?
Vai, assim como Louçã.
E os ministros? É importante que participem?
Aqueles que eu escolhi [para a Comissão Política da candidatura]. De resto, não vejo necessidade de aparecerem mais.
E Teixeira dos Santos? Já disse que ele não devia aparecer…
Isso foi uma brincadeira. A minha candidatura é livre, e quem quiser aparecer pode aparecer. Mas até acho que ele não vai querer aparecer. Tem mais que fazer.
‘Se fosse Presidente, teria chamado o PM’
Como vê a antecipação de dividendos da PT, depois de o primeiro-ministro ter dito que tinha dado instruções para que isso não acontecesse?
É uma das coisas que provoca maior revolta às pessoas, e que tenho notado na volta pelo país. Não se pode pedir sacrifícios às pessoas – corte de salários, pensões congeladas, etc. – e depois acontece uma coisas destas. Cria uma revolta brutal. Se fosse PR, teria chamado a administração da PT, o ministro das Finanças e o primeiro-ministro e perguntava: ‘Então, como é?’
Criticou muito um encontro recente entre Cavaco e os banqueiros. Ficou chocado?
Eu teria ouvido também os sindicatos e os parceiros sociais. Não são os banqueiros que vão dizer como deve ser. Isso comigo não será assim. Direi sobretudo aos banqueiros que a função social dos bancos é financiar a economia, não é estar a ligar para casa das pessoas a oferecer cartões e cheques.
Concorda com as portagens nas SCUT?
Não concordo com situações de desigualdade, contraditórias e díspares. Tenho dificudade em perceber, e os utentes também têm, por que nuns sitios se paga e noutros não. Há situações estapafúrdias, mas não é um problema que conheça muito bem.
É a favor do levantamento do sigilo bancário?
Esse é um instrumento poderoso de combate à corrupção. Mas a minha tendência é para pensar que deve haver uma abertura gradual. Seria uma maneira de saber a origem de certas fortunas e dinheiros, sem alterar o ónus da prova. Quem não deve, não teme. Mas, claro, este é um país com muita mesquinhez e uma certa tendência para a bufaria – tenho que o dizer com uma certa tristeza.
O PGR deve ter mais poderes?
Não, acho que tem os suficientes. Agora, tem é que se acabar com as guerras corporativas dentro da Justiça. É um dos mais graves problemas da democracia. Um dos mais graves problemas com que é confrontado o Presidente – que não pode andar sempre a dizer ‘eu não me pronuncio’. A arma do PR é a palavra e a opinião. E a situação na Justiça exige um pacto de regime alargado, entre PR, órgãos de soberania e todos os partidos políticos. O PR pode promover e liderar isso.
‘A adopção por casais gaycausa-me engulhos’
Os submarinos são necessários ou deviamos revendê-los?
Nós precisamos mais é de lanchas rápidas e helicópteros, para a fiscalização da costa. Mas acho que, em vez deles, eram precisas outras coisas. Talvez vendesse os submarinos para termos melhor Serviço Nacional de Saúde, melhor escola pública, mais qualificação. Mas isto também tem alguma demagogia, por vezes...
Concorda com o fim dos chumbos na educação?
Sou contra o facilistismo. A escola pública deve ser exigente e de qualidade. Eu fui educado assim, com os chumbos e com a avaliação. Posso ser conservador, mas quem não estuda deve sofrer as consequências de não estudar.
É a favor da adopção por casais homossexuais?
Depois de aprovado o casamento homossexual, independentemente da opinião pessoal, a adopção é inevitável. Eu sou de outra geração. A adopção sempre me pôs mais problemas, mais engulhos do que o resto. Não tenho um preconceito, mas penso nas crianças. As crianças são muito cruéis... Mas pode ser que a sociedade mude muito. Seja como for, sou pelas liberdades e pela eliminação das discriminações.
Votaria a favor de uma lei que proibisse a utilização de burcas?
Votaria pela proibição, como fez a República Francesa. A burca é uma coisa humilhante para a mulher na nossa sociedade e com os nossos valores. Noutras sociedades também é proibida a cruz, não é? Acho que não estou a dar uma resposta muito popular, mas seria contra a utilização da burca, sim.
Os ricos devem pagar mais no Serviço Nacional de Saúde?
Não. O SNS é universal e tendencialmente gratuito. Um rico tem direito a ele, tanto como qualquer pobre.
A Constituição devia deixar em aberto a forma de regime?
[Risos] A monarquia não deixou em aberto a forma de regime. Foi preciso fazer uma revolução para as coisas mudarem. Mas acho que não há nenhuma questão de regime em Portugal. De qualquer modo, não tenho medo da democracia. Não vou defender isso, mas não teria medo.
In Sol, Foto de Susana Jorge.
Entrevista por Graça Rosendo e Helena Pereira

Apoio entusiástico” dos socialistas franceses a Manuel Alegre


Harlem Désir, Secretário Coordenador do Partido Socialista Francês, declarou hoje o “apoio entusiástico” do PSF e da sua líder, Martine Aubry, à eleição presidencial de Manuel Alegre.

Após um encontro esta tarde com o candidato, Désir anunciou que “o Partido Socialista francês acredita que a eleição desse grande escritor, militante histórico da esquerda portuguesa e dirigente político de dimensão internacional, seria uma grande vitória para a esquerda em Portugal, mas também para o conjunto da esquerda europeia”.
Durante o encontro foi mencionada a necessidade de reforçar os laços entre as esquerdas europeias para enfrentar a crise na Europa. Os dois socialistas reafirmaram a recusa comum das políticas de austeridade e de redução dos direitos sociais que os conservadores e liberais querem impor aos povos da Europa. Sublinharam também a importância da união da esquerda em cada país para vencer as grandes batalhas eleitorais como as eleições presidenciais.
O PS francês recorda a ligação histórica e a amizade fraterna entre França e Portugal e apela a todos os portugueses em França e a todos os apoiantes de uma alternância presidencial em Portugal no sentido de se mobilizarem para a eleição de Manuel Alegre.


26 de Novembro de 2010

Portugal tem condições para resolver os seus próprios problemas

Manuel Alegre dirigiu hoje fortes críticas ao presidente francês Sarkozy por se ter aliado à senhora Merkel contra os países periféricos da Europa, recordando, contudo, que há outra França, a republicana, progressista e socialista.
Para o candidato, que falava numa recepção no município de Léognan, na região de Bordéus, e que defende “uma democracia activa” a partir de Belém, “é preciso repensar na Europa” e “refazer a solidariedade” que esteve na base da construção europeia. Manuel Alegre defendeu que “Portugal tem condições para resolver os seus próprios problemas” e considerou “lamentável” que o líder do principal partido da oposição defenda a entrada do FMI, porque isso “enfraquece a posição portuguesa”.
O Maire de Léognan, Bernard Fath, saudou Manuel Alegre com palavras fraternas, que se somam ao comunicado de ontem do PS francês, para quem a eleição de Manuel Alegre “seria uma grande vitória para o conjunto da esquerda europeia”. O candidato recordou a importância dos laços de fraternidade que unem Portugal a França, que para muitos portugueses “foi uma segunda pátria” e expôs as principais bandeiras da sua candidatura, em especial a defesa da democracia social, que é também uma bandeira de toda a esquerda europeia. Como disse o Presidente Miterrand, lembrou Manuel Alegre, “o socialismo é a ideia mais nova do mundo”.
Participaram na recepção a Manuel Alegre, além de Bernard Fath, Maire de Léognan, e de Didier Seris, maire adjoint, Álvaro Pimenta, conselheiro municipal em Léognan, Paulo Pisco, deputado pela emigração na AR e o mandatário, Aurélio Pinto.
Alegre evocou ainda Aristides Sousa Mendes, junto da placa que o homenageia em Léognan, saudando nele “a coragem mais difícil”, “a coragem de desobedecer para ser fiel à sua consciência” e recordou que graças a esse exemplo o direito à desobediência está consagrado na Constituição da República Portuguesa.
Ontem à noite o candidato jantou com membros da comunidade portuguesa em Paris, tendo reiterado a importância dos emigrantes e das comunidades portuguesas no mundo. “O Presidente da República tem defender todos os Portugueses”, afirmou, sublinhando que “os que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo” mas “não esquecem a sua pátria”, “anseiam por um reconhecimento mais expressivo por parte de Portugal”.
No jantar, que decorreu num clima de confraternização, estiveram presentes além do mandatário, Aurélio Pinto e demais apoiantes da candidatura, o Maire de Paris XIV, o representante do Maire de Paris e o deputado europeu do BE, Miguel Portas.
27 de Novembro de 2010

Manuel Alegre em Léognan (Bordéus).

Devia haver uma mobilização nacional contra o recurso ao FMI por Portugal
"A Irlanda afundou-de para salvar a banca", criticou Manuel Alegre em Léognan. "Se a entrada do FMI vai ser uma coisa ultra-penosa para a Irlanda, pensemos no que será para Portugal”, comentou. Por considerar que esse cenário não está afastado, pois a aprovação do Orçamento de Estado para 2011 “não livra” Portugal de ter de recorrer ao FMI, Manuel Alegre lançou um apelo a "uma mobilização nacional para impedir o recurso ao FMI" e a “uma reflexão dos socialistas sobre o futuro da Europa”.
28 de Novembro de 2010
Hoje, Manuel Alegre deslocou-se a Léognan, nos arredores de Bordéus, onde homenageou Aristides Sousa Mendes e discursou sobre a situação de Portugal e da Europa, lamentando “que o Presidente Sarkozy se tenha colado um pouco à senhora Merkel nesta pressão que está a ser feita sobre os países periféricos”.
“Falei destas medidas que vão pesar duramente sobre Portugal, sobre os portugueses, disse que tínhamos condições para resolver as coisas por nós próprios, que devia haver uma coesão nacional e uma mobilização nacional para impedir o recurso ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e que lamentava hoje as declarações feitas pelo líder do principal partido da oposição, porque isso enfraqueceu essa coesão nacional”, disse o candidato presidencial.
Na opinião de Manuel Alegre, a aprovação do Orçamento de Estado para 2011, na sexta-feira “não livra” Portugal de ter de recorrer ao FMI. “Penso que é uma medida muito dura que resulta das políticas de austeridade que estão a ser seguidas em todo o lado. Também falei da Irlanda, que se afundou para salvar a banca. Se a entrada do FMI vai ser uma coisa ultra-penosa para a Irlanda, pensemos no que será para Portugal”, comentou.
Por considerar que esse cenário não está afastado, Alegre lançou um apelo “para que haja uma reflexão dos socialistas sobre o futuro da Europa”.
Sobre o périplo por França, Alegre disse: “Acho que foi uma visita interessante e importante, estive em Paris, fui recebido na ‘mairie’ pelo Bertrand Delanoë, que se disponibilizou a gravar um vídeo e a participar na campanha”. “Depois fui recebido na sede do Partido Socialista Francês (PSF) pelo ‘número dois’, Harlem Désir, que me transmitiu uma mensagem da Martine Aubry (secretária-geral), e publicaram um comunicado de total solidariedade do partido, dizendo que o combate que eu estou a travar é de toda a esquerda e que a minha vitória será uma vitória para toda a esquerda francesa”, referiu.
O candidato presidencial esteve também na sexta-feira “em casa do Lionel Jospin, que é um velho amigo”, com quem conversou “sobre a situação actual”, e à noite, teve um jantar de convívio com membros da comunidade portuguesa, empresários, artistas e dirigentes associativos.
"Cada um tem os seus apoios naturais"
Comentando o apoio de Belmiro Azevedo à recandidatura de Cavaco Silva à Presidência da República, Manuel Alegre disse: “Cada um tem os seus apoios naturais, não é?”.
“Eu vou ter em breve um almoço com muitos, muitos, muitos sindicalistas e tenho o apoio da gente da esquerda. Também tenho apoio de algumas pessoas da direita. Estes apoios e algumas pessoas que estão na estrutura de campanha de Cavaco Silva mostram que ele é realmente o candidato do grande capital”, defendeu

Manuel Alegre em Paris critica Cavaco Silva - RTP Noticias

Reportagem do almoço de Campanha em Pontault-Combault

Política - Manuel Alegre em Paris critica Cavaco Silva - RTP Noticias, Vídeo

Manuel Alegre faz campanha em Paris - RTP Noticias, Vídeo

Jantar de Campanha em Paris, no dia 26 de Novembro
Política - Manuel Alegre faz campanha em Paris - RTP Noticias, Vídeo

jeudi 25 novembre 2010

Manuel Alegre em visita a França

Manuel Alegre realiza uma visita de três dias a França, onde fará um conjunto de reuniões institucionais e encontros com representantes das comunidades portuguesas e personalidades francesas, em Paris e Bordéus.
Esta visita foi antecedida por um jantar, a convite do embaixador de França em Lisboa, Pascal Teixeira da Silva, com quem o candidato presidencial analisou a situação política e financeira da União Europeia e as questões relacionadas com os direitos de participação eleitoral da comunidade portuguesa.
O candidato inicia a visita nesta sexta, com uma recepção durante a tarde em Solferino, na sede do PS Francês em Paris, recebido por Harlem Désir. Seguidamente esperam-no duas recepções, a primeira na Câmara Municipal de Paris, recebido pelo Presidente da Câmara Bertrand Delanoe, e a segunda na Embaixada de Portugal em Paris. Segue-se um encontro pessoal com Lionel Jospin e um jantar com a estrutura de campanha em França, que reunirá diversas personalidades das comunidades portuguesas.
Sábado, já em Bordéus, Manuel Alegre encontra-se durante a tarde com personalidades portuguesas e francesas no Largo Aristides Sousa Mendes. Este local, em Léognan, foi escolhido de forma simbólica para homenagear a acção do antigo embaixador português Aristides Sousa Mendes no início da II Guerra Mundial. Aristides Sousa Mendes foi destituído em 1940 pelo regime de Oliveira Salazar, depois de ter ajudado milhares de judeus a obter visto para fugirem às forças nazis.
Manuel Alegre, que estará em França acompanhado pela sua mulher, Mafalda Durão Ferreira, pelo deputado do PS Paulo Pisco e por Patrocínia César (em representação da estrutura nacional de campanha), termina a sua visita no domingo com uma recepção com autarcas na associação de Pontault Combault.
Veja o programa da visita AQUI.Veja a mensagem de Manuel Alegre às comunidades portuguesas AQUI.
Com Lusa e manuelalegre2011.pt,25 de Novembro de 2010

mardi 23 novembre 2010

Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais

Manuel Alegre nas Caldas da Rainha
Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais
“Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais, uma clara tentativa de minimizar e desvalorizar a eleição presidencial. É evidente que isto interessa à direita e ao candidato Cavaco Silva, que não gosta de campanha e não gosta de perguntas incómodas e de debate. Mas a democracia é ela própria uma incomodidade”. Num discurso improvisado e interrompido por aplausos, Manuel Alegre afirmou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “Não podemos permitir que em nome de uma guerra cambial a Europa seja desconstruída a favor do centro mais poderoso e em desfavor dos países periféricos”.
Alegre criticou Cavaco Silva pela “maneira muito peculiar que é fazer a campanha como Presidente”, o que “fica mais barato” e é uma maneira de “desvirtuar a transparência e a própria democracia”. Tudo isto “tem um objectivo: dar a ideia de que não vale a pena fazer campanha eleitoral porque o candidato Cavaco Silva já está eleito”, salientou, para assim “desmoralizar, desanimar, desinspirar e desmotivar os apoiantes de outras candidaturas”.
Manuel Alegre respondeu a Marcelo Rebelo de Sousa – que no domingo passado o acusou de “estar sozinho” na campanha – com “um preâmbulo e uma exposição de factos”. O candidato afirmou que “quando MRS anunciou o dia e a hora da apresentação da candidatura de Cavaco Silva e não foi desmentido”, ficou “investido na qualidade de porta-voz”. “E há uma confusão crescente”, considerou, “entre a função de comentador e a função de porta-voz, que tende a aumentar quanto mais parcial ele for a favor do candidato, quanto mais omisso for em relação às outras candidaturas e quanto mais esforço fizer para diminuir a minha candidatura”.
A exposição de factos, “ao estilo de Salgado Zenha”, lembrou Manuel Alegre, foi uma descrição sumária do que tem sido a sua campanha no presente mês, tendo enumerado todas as visitas, almoços, reuniões e jantares de apoiantes que um pouco por todo o país se têm sucedido praticamente todos os dias e todas as noites, sempre com presença diversificada de dirigentes e autarcas do PS, do BE e independentes e com centenas de apoiantes e muito calor humano, mesmo nas zonas do interior como Viseu ou Trás-os-Montes, ou em acções de rua como no Bolhão ou Santa Catarina no Porto. “Eu tenho de fazer esta exposição de factos”, disse a certa altura, “porque as pessoas não sabem, isto não é publicado”. Portanto, assegurou, MRS “pode estar descansado”, “porque não tenho tão poucos apoios nem estou tão sozinho como ele pretende fazer crer”, no que foi saudado com aplausos prologados.
“Há uma pergunta que não pode deixar de se fazer a quem é candidato à Presidência da República”, disse Manuel Alegre, uma “pergunta essencial de que dependem o nosso futuro político, a forma e o conteúdo da nossa democracia”. “E essa pergunta é: que fará se for eleito e se algum governo pretender pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, a segurança social pública e os direitos dos trabalhadores?” Manuel Alegre reiterou a resposta que já várias vezes deu: “Comigo na Presidência ninguém toca no SNS, na escola pública, na segurança social pública”. O candidato convidou os jornalistas a colocar essa pergunta a Cavaco Silva. “Se ninguém a fizer faço-a eu”, garantiu, porque “é isto que está em causa em toda a Europa e no nosso país”.
“Não precisamos de garrotes financeiros na Europa, disse Alegre, “precisamos de uma Europa de coesão, solidariedade, crescimento económico e emprego”, porque “é esse o projecto europeu e não o novo eixo imperial Paris-Berlim contra os países periféricos”. Alegre sustentou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “É preciso reconstruir a esquerda democrática na Europa”, afirmou, procurar “novas soluções e novos caminhos”, em nome de um projecto “mais justo e mais solidário” para o nosso país e para o mundo.
“É preciso pensar nas pessoas, é preciso pensar nos pobres” disse ainda Manuel Alegre, desenvolvendo o tema das desigualdades e da pobreza, no momento difícil que atravessamos. Citou a propósito o encontro que teve com o Presidente da Caritas, a emergência de novos pobres para além da pobreza estrutural e concluiu que “não foi para isto que fizemos o 25 de Abril”, no que voltou a ser efusivamente aplaudido.
No final o candidato convocou todos para o combate eleitoral, “porque em democracia não há coroações, não há vencedores antecipados” e prometendo “bater-se até ao fim, até à segunda volta e, na segunda volta, pela vitória”.
Antes de Manuel Alegre usaram da palavra José Vera Jardim, Vice-Presidente socialista da Assembleia da República e José Heitor, do Bloco de Esquerda.
Veja as acções desenvolvidas na Campanha de Manuel Alegre durante o mês de Novembro AQUI.

23 de Novembro de 2010

Ana Gomes apoia Manuel Alegre

http://www.youtube.com/watch?v=hVPXwG-9ET8

Marcelo faz “confusão crescente entre ser porta-voz e comentador”

O candidato presidencial Manuel Alegre acusou hoje Marcelo Rebelo de Sousa de confundir as funções de «porta-voz» da campanha de Cavaco Silva e de «comentador».
Política - Manuel Alegre contra comentador e porta-voz Marcelo - RTP Noticias, Vídeo
«Há uma confusão crescente entre a função de porta-voz e a de comentador» afirmou Manuel Alegre, em resposta a Marcelo Rebelo de Sousa, a quem fez questão que deixar «descansado», porque não tem «tão poucos apoiantes», nem está «tão sozinho como ele quer fazer crer».
A resposta ao comentário de Marcelo de Rebelo de Sousa, que afirmou que o candidato apoiado por PS e BE «não tem campanha» e está «sozinho» dominou a primeira parte do discurso de Manuel Alegre nas Caldas da Rainha, onde esta noite janta com mais de uma centena de apoiantes.
Depois de «um preâmbulo» em que criticou Cavaco Silva e de «uma exposição de factos» em que enumerou todas as ações de campanha e o número de apoiantes reunidos, Alegre disse ao professor social democrata que «não precisa de estar tão preocupado».
Tanto mais que, para além de não estar sozinho «nem abandonado pelas forças políticas» que o apoiam, Alegre acredita que, desta vez, com o apoio de «movimentos cívicos, com a rede de cidadania, com o PS, com o BE, com muitos comunistas, com muita gente social democrata e democratas cristãos que defendem a doutrina social da igreja e um projecto humanista, na segunda volta a vitória é possível».
In Lusa/ SOL, 23/11/2010

O candidato presidencial Manuel Alegre inicia sexta-feira uma visita de três dias a França

O candidato presidencial Manuel Alegre inicia sexta-feira uma visita de três dias a França, onde terá um conjunto de reuniões institucionais e encontros com representantes das comunidades portuguesas de Paris e Bordéus.Esta visita será antecedida por um jantar, hoje, a convite do embaixador de França em Lisboa, Pascal Teixeira da Silva, com quem o candidato presidencial apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda analisará a situação política e financeira da União Europeia e as questões relacionadas com os direitos de participação eleitoral da comunidade portuguesa.No jantar com o embaixador francês em Portugal, Manuel Alegre estará acompanhado pelo deputado socialista Paulo Pisco, também coordenador da bancada do PS para área dos Negócios Estrangeiros e Comunidades.No âmbito da pré-campanha para as presidenciais, Manuel Alegre começará sexta-feira a sua visita por Paris, onde estará presente em duas recepções: a primeira na Câmara e a segunda na embaixada portuguesa da capital francesa.Sábado, já em Bordéus, Manuel Alegre encontra-se ao fim da tarde com personalidades portuguesas e francesas no Largo Aristides Sousa Mendes.Este local, em Léognan, foi escolhido de forma simbólica para homenagear a acção do antigo embaixador português Aristides Sousa Mendes no início da II Guerra Mundial.Aristides Sousa Mendes foi destituído em 1940 pelo regime de Oliveira Salazar, depois de ter ajudado milhares de judeus a obter visto para fugirem às forças nazis.Manuel Alegre, que estará em França acompanhado pela sua mulher, Mafalda Durão Ferreira, pelo deputado do PS Paulo Pisco e por Patrocínia César (em representação da estrutura nacional de campanha), termina a sua visita no domingo com uma recepção com autarcas na associação de Pontault Combault.Segundo o mandatário da candidatura de Alegre para França, Aurélio Pinto, a visita de três dias a Paris e Bordéus pretende salientar “a importância” e “atenção” que o candidato apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda dará às questões das comunidades portuguesas, caso seja eleito Presidente da República.A intenção de Alegre, segundo o mesmo mandatário, é “representar os portugueses que se encontram a viver e a trabalhar no estrangeiro, defender os seus interesses e valorizar e reconhecer as suas múltiplas dimensões, social, económica, cultural e política”.
Lisboa, 23 nov (Lusa).

Eu voto Alegre, junte-se a nós! Manuel Oliveira

Eu voto Alegre, junte-se a nós!
22 de Novembro de 2010
Portugal enfrenta grandes desafios num quadro político e económico difícil, e as próximas eleições presidenciais podem ser parte da solução ou então um problema.Precisamos de um Presidente da República que saiba ser inspirador e catalisador, que nos mobilize para vencer os desafios e o camarada Manuel Alegre tem todas as características: um perfil Humanista, que conhece o valor da Liberdade, Igualdade e Fraternidade e acima de tudo entende que Portugal precisa de um Presidente que defenda os interesses de todos os portugueses.A eleição de Manuel Alegre é um objectivo difícil mas viável, será uma missão difícil mas não impossível: em 2011 teremos na Presidência da República um poeta e um socialista. Está nas nossas mãos que isso aconteça.
Eu voto Alegre, junte-se a nós!
Manuel Oliveira

Programa da visita de Manuel Alegra a França

Programa da visita de Manuel Alegra a França

Sexta-feira 26/11/2010

Chegada a Paris (aeroporto Charles de Gaulle às 11h50 – voo AF 2325)
Hotel
15h - Recepção na Câmara de Paris por Bertrand Delanoë .
16h - Recepção em Solferino por Harlem Désir.
17h - Recepção na Embaixada de Portugal.
19h - Encontro con Leonel Jospin.
19h30 - Jantar de Campanha em Paris - Restaurante l’Arganier, 14, rue Edouard Jacques, 75014, Paris, com o colectivo da Campanha, lusoeleitos e elementos da comunidade (empresários, professores, artistas, associativos...)
22h00 – 22h30 – Encontro com os Média.

Sábado 27/11/2010

Viagem para Bordéus (partida de Paris/Orly às 13h10, chegada às 14h15- voo AF 6260)

Bordéus

17 h 00, Local simbólico do encontro no final da tarde (no Parvis Aristide
Sousa Mendes) em Léognan 33850 (a 17km de Bordéus), com a
presença de diversas personalidades Locais (portuguesas e
francesas).

18 h 00, Encontro com os Média na sala do Conselho da Câmara municipal
de Leognan.

19 h 30, Intervenção do Candidato Manuel Alegre.
20 h 30, Jantar no Restaurante « La Pleine de Moscou »,
2830 Av. de Toulouse – Cadujac
(Tél.: 05 56 30 73 60).

23h00, Hotel

Domingo 28/11/2010

8h00, Partida para o aeroporto de Merignac (voo das 9h00- voo AF6259,
chegada a Paris/Orly às 10h10)

Pontault Combault

10 h 45 – partida para a associação de Pontault Combault (aonde se termina
o programa).

12 h 00 - Visita da associação de Pontault Combault , recepção dos autarcas locais.

13 h 30 - Almoço de Campanha com apoiantes e membros da associação.

15 h 00 – Encontro com os Média.

17 h 00 - Partida para o aeroporto de Charles de Gaulle, regresso a Lisboa.
(Partida 20h00 – voo AF2324)


Links úteis :
http://manuelalegre2011.pt/

http://www.facebook.com/manuelalegre2011

http://twitter.com/alegre2011

http://www.youtube.com/manuelalegre2011
http://manuelalegre2011franca.blogspot.com/

Manuel Alegre em visita a França

Manuel Alegre, candidato socialista à Presidência da República Portuguesa, cuja primeira volta terá lugar no dia 23 de Janeiro de 2011, visita a França (Paris e Bordéus) na intenção de encontrar a comunidade portuguesa aqui residente, bem como personalidades francesas e portuguesas.

Esta visita sublinha a importância da sua intenção de estar sempre atento e intervir para que as Comunidades Portuguesas possam ser melhor servidas, onde quer que estejam, no âmbito do seu compromisso alargado de representar os Portugueses que se encontram a viver e a trabalhar no estrangeiro, defender os seus interesses e valorizar e reconhecer as suas múltiplas dimensões, social, económica, cultural e política.

A comitiva é constituída por Dr. Manuel Alegre, a sua esposa Dra. Mafalda Durão Ferreira, o Deputado do PS pelo Círculo da Europa, Dr. Paulo Pisco, e a Dra. Patrocínia César, membro da Estrutura Nacional de Campanha.

Estão previstas reuniões, eventos e manifestações, incluindo recepção na Câmara Municipal de Paris, recepção na Embaixada, encontro com as comunidades em Paris e Bordéus, cujo programa se envia em anexo.

É pois na minha qualidade de Mandatário de Manuel Alegre para a França que vos envio o programa da visita em anexo.
Aurélio Pinto

“As próximas eleições presidenciais convocam-nos a todos,
porque em democracia somos todos chamados a construir,
permanentemente, esta grande nação que é Portugal.”
Manuel Alegre

dimanche 21 novembre 2010

Manuel Alegre no mercado do Bolhão no Porto


Vendedores agradecem o apoio pela manutenção do mercado

Entre os estreitos corredores, ao som dos bombos da Associação Recreativa Águias de S. Mamede de Infesta, Manuel Alegre distribuiu beijos e abraços a comerciantes e foi junto das bancas do peixe que o candidato recebeu fortes elogios.
“Merece, merece o nosso apoio, se não fosse o senhor o mercado estava fechado”, desabafou a peixeira Sara Araújo, lembrando que o candidato foi o “único” que recebeu uma comitiva de comerciantes na Assembleia da República, enquanto vice- presidente do Parlamento, aquando da entrega de uma petição em defesa do mercado, contra o seu encerramento.
A Plataforma de Intervenção Cívica, liderada por Manuel Correia Fernandes, mandatário distrital da candidatura de Manuel Alegre, que o acompanhou nesta visita, entregou em 2008 uma petição com cerca de 50 mil assinaturas em defesa do Mercado do Bolhão, protestando contra a decisão da Câmara do Porto de entregar o histórico mercado à gestão de uma empresa privada por cinquenta anos.
“Tantos deputados, tanta gente e ninguém nos passou cartão. O Bolhão deve muito a este senhor, porque se está aberto é graças a ele. Merece ganhar e o meu voto é dele”, afirmou energicamente. As suas vizinhas de negócio fizeram também questão de cumprimentar Manuel Alegre. Uma das vendedoras exigiu mesmo “dois beijos, porque o senhor recebeu muito bem lá em Lisboa” os comerciantes. “Queremos mostrar a nossa gratidão”, frisou Sara Araújo, garantindo que as peixeiras do Bolhão nunca se esquecerão “do que ele fez”.
Surpreendido, Manuel Alegre admitiu que não estava à espera de tal manifestação no Bolhão. “Eu não estava à espera. Em política muitas vezes não há gratidão, mas fiz isto por motivos cívicos, e porque gosto do Bolhão, porque gosto do Porto, porque estudei aqui e passei aqui a minha adolescência”, disse o candidato.
Depois desta visita, Manuel Alegre seguiu pela Rua de Santa Catarina, a principal artéria comercial da cidade, onde teve demonstrações de grande afectividade de muitas pessoas que se lhe dirigiram para o cumprimentar, abraçar e desejar boa sorte.
Além do seu mandatário, Correia Fernandes, também dirigente do MIC, estiveram ao lado do candidato vários dirigentes e membros do PS, BE e outros movimentos de cidadãos que apoiam a sua candidatura.
Manuel Pizarro, secretário de Estado da Saúde, Luisa Salgueiro, deputada do PS, Renato Sampaio, deputado pelo PS e Presidente da FAUP, Guilherme Pinto, Presidente da Câmara de Matosinhos, João Teixeira Lopes, deputado e dirigente do BE, José Luís Carneiro, presidente da Câmara de Baião, José Cavalheiro, dirigente da Renovação Comunista, e vários deputados bem como membros da assembleia municipal do Porto também se associaram à visita, numa demonstração clara de forte união e mobilização em torno da candidatura de Manuel Alegre.
20 de Novembro de 2010

Os apoiantes de Manuel Alegre ajudam financeiramente

Caros amigos,
Se pretendem ajudar financeiramente a Campanha do nosso candidato, já podem enviar o vosso donativo à ordem de:

“Movimento de Apoio Alegre à Presidência – MAP”

Seja directamente para uma agência do BPI (cheque ou “virement”), para a conta:

Conta BPI: 5-4553923-000-001NIB: 0010 0000 45539230001 24
Nº Contribuinte MAP: 901881929

Ou à ordem de:

“Movimento de Apoio Alegre à Presidência – MAP”

Para a seguinte morada:

Parti Socialiste
Section Portugaise de Paris (Aurélio Pinto)
70, rue François Miron
75004, Paris

Um recibo oficial ser-lhe-á remetido.

Alegres agradecimentos.

Fernando Silva,
Mandatário Financeiro para França

samedi 20 novembre 2010

Uma campanha em crescimento


Esta semana Manuel Alegre esteve nos distritos de Vila Real, Bragança e Faro. À semelhança do que já tinha acontecido em Coimbra e em Viseu, todos os jantares de apoiantes excederam largamente as expectativas, com mais de quinhentas pessoas em Montalegre e mais de quatrocentas em Tavira. Esta mobilização em crescimento, num momento de tão grave crise e quando a campanha presidencial está a ser desvalorizada nos media, mostra que há uma grande vontade de mudança à volta de Manuel Alegre.
Mudar de vida, mudar de paradigma, mudar de economia e de sentido na política, tem sido o tema central das suas intervenções, numa pré-campanha que já percorreu todo o país, incluindo as Regiões Autónomas, faltando apenas a Guarda.
Uma campanha presidencial vive da mensagem do candidato. Para os sectores conservadores que apoiam o candidato da direita, que se recandidata, quanto menos campanha presidencial melhor. Esse candidato não se coibiu de usar o actual cargo para percorrer o país, antes e depois de anunciar a sua recandidatura, sem separar claramente o que são as suas funções do que são as suas ambições como candidato, numa clara desigualdade de condições face aos restantes candidatos.
A mudança de que Portugal precisa passa por Belém. Está em causa uma ofensiva europeia e nacional contra o conteúdo social da nossa democracia tal como está consagrado na Constituição da República. Manuel Alegre não tem deixado de o denunciar em todas as suas intervenções. A escolha eleitoral de Janeiro é decisiva para saber se teremos como Chefe do Estado alguém que se bate e sempre se bateu pelos direitos sociais, sobretudo agora que nos querem impor a ditadura dos mercados financeiros, ou alguém para quem nem vale a pena falar nos mercados porque “não nos ligam nenhuma”.
Manuel Alegre tem sido uma voz livre e independente, nesta campanha como em toda a sua vida. A crise exige de todos nós maior vigilância e maior mobilização. Como Manuel Alegre referiu ontem em Tavira, “eles vão ter uma grande surpresa em Janeiro – e a surpresa será a segunda volta das presidenciais.”
A candidatura de Manuel Alegre
19 de Novembro de 2010

vendredi 19 novembre 2010

O Estado social são direitos sociais concretos de pessoas concretas

Manuel Alegre em Tavira
O Estado social são direitos sociais concretos de pessoas concretas
“Sou um homem livre, independente, habituado a dizer o que pensa. E quero daqui fazer um apelo para que esta situação seja repensada e reconsiderada”, afirmou, insistindo em que “o Estado social não é uma abstracção, são direitos sociais concretos de pessoas concretas”.
“Sei que há pouco dinheiro mas tem que haver dinheiro para o essencial” disse Manuel Alegre. “Comigo na Presidência, garantiu, ninguém toca no SNS, na escola pública, na segurança social pública e nos direitos laborais dos trabalhadores”. Alegre recordou que “o candidato que se recandidata não diz o que fará se isso acontecer. Pois eu digo: veto e usarei todos os poderes presidenciais para defender esses direitos e para defender o conteúdo social da nossa democracia”. “Os direitos sociais são inseparáveis dos direitos políticos”, disse ainda o candidato, lembrando que “aquele que não tem trabalho, aquele que está desempregado, aquele que não pode mandar os filhos à escola, não tem a mesma liberdade daqueles que o podem fazer”.
“Estamos a assistir dentro da Europa a um desvirtuamento do projecto europeu, que foi concebido para ser um projecto de coesão e de solidariedade”, alertou Manuel Alegre. “E estamos a assistir agora ao reforço do centro contra a periferia, estamos a ver a Irlanda a afundar-se para salvar a banca e estamos a ver a banca a salvar-se à custa da crise e à custa dos países da periferia” denunciou, perante aplausos prolongados dos presentes.
Manuel Alegre frisou ainda que o Presidente da República “deve ser um homem independente” e “não pode ser um homem de facção”, nem estar ligado “aos grandes interesses económicos contra a maioria do país”. O candidato esclareceu que “o meu director de campanha não é administrador de um grande grupo económico, é o ex-líder da juventude socialista”. “Na direcção da minha campanha, disse ainda, “não há ninguém ligado ao grande capital nem àqueles que se julgam os donos e senhores deste país. E isso é uma diferença fundamental”, concluiu.
“Precisamos de uma mudança na nossa vida colectiva, uma mudança de paradigma” defendeu Manuel Alegre, pois para além da crise europeia “temos os nossos problemas estruturais”. “É verdade que temos um Orçamento que vai penalizar duramente os portugueses”, comentou, mas “temos de ter outro modelo de desenvolvimento”, “temos de redescobrir o mar, redescobrir a terra, refazer o nosso tecido produtivo, aumentar a competitividade da nossa economia”. “E não se aumenta a competitividade liberalizando os despedimentos”, alertou, mas sim com “inovação tecnológica e com inovação social”. “É preciso que haja novos hábitos, menos consumismo e menos bancos a fazer assédio às pessoas mesmo agora” disse Manuel Alegre concluindo: “mudar de vida, mudar de paradigma e mudar de sentido”.
Alegre citou o exemplo do presidente Lula, do Brasil, “que não era professor de finanças e parece que não sabia nada de economia” mas “melhorou as condições de vida do povo, aumentou as prestações sociais” e isso “foi um factor de desenvolvimento e do crescimento económico do Brasil”.
Alegre deixou ainda uma palavra à juventude, que considera que deve ter “um lugar ao sol” e “não pode ter incerteza no futuro”, reconhecendo que esta tem hoje “uma guerra mais difícil” do que a da sua geração quando lutava contra a ditadura e desafiando os jovens para “um pacto de insubmissão”. O candidato referiu que esteve ontem na manifestação dos estudantes em Lisboa, lembrando: “Eu também comecei a minha vida política a manifestar-me”. O candidato explicou que esteve lá “para compreender e para dar um palavra de conforto, porque é terrível saber que pode haver alguns milhares de estudantes que podem abandonar os estudos por não terem condições económicas. Não foi para isso que se fez o 25 de Abril!”, mais uma vez com fortes aplausos dos presentes.
No final, Alegre pediu aos presentes, entre os quais estavam socialistas, bloquistas, reformadores comunistas e muitos independentes, que não se deixassem “intimidar por muitas sondagens” nem pela “tentativa de silenciar e desvalorizar a campanha presidencial”.
“Vamos à luta, desafiou, porque a vitória é possível”.
19 de Novembro de 2010

Deve haver sensibilidade social com as pessoas

Manuel Alegre manifestou-se hoje solidário com os trabalhadores da Groundforce que perderam os seus postos de trabalho em condições que considera de “grande insensibilidade social”.
Após uma reunião em Faro com representantes dos trabalhadores, o candidato defendeu a necessidade de sensibilidade do Estado para que a situação não se torne irreversível.
“Estive a ouvir uma explicação dos trabalhadores. Primeiro facto é que eles não querem que a situação seja irreversível, tentaram negociar antes de isto acontecer, estão a negociar, querem preservar os postos de trabalho admitindo a reestruturação da escala mas aproveitando o know how das pessoas”, explicou Manuel Alegre após a reunião com representantes do sindicato do sector e da comissão de trabalhadores na sede algarvia da sua candidatura.
Sublinhando não ter poder para tomar decisões, mas apenas “o poder da palavra” e de exprimir a sua opinião e, assim, “condicionar quem pode tomar decisões”, Manuel Alegre defendeu a necessidade de evitar a irreversibilidade da situação. “Há um processo negocial que está em curso e aquilo que eu espero é que haja sensibilidade social naquilo que compete ao Estado e à responsabilidade do Estado, tratando-se de uma empresa pública, para que esta situação não seja irreversível e que se compreenda esta coisa simples -fica mais caro ao Estado o subsídio de desemprego durante um ano do que preservar os postos de trabalho”, sustentou o candidato.
Chocado com as condições do despedimento Manuel Alegre quis ouvir a comissão de trabalhadores da Groundforce, uma empresa de aviação pertencente á TAP que fechou portas num processo de reestruturação, manifestando-lhes a sua solidariedade.
“São 336 pessoas, são famílias, são filhos, que perderam os seus postos de trabalho e foram despedidos em condições que eu considero de uma grande insensibilidade social e que chocaram o país e a mim, particularmente, me chocaram muito. Creio que no Portugal democrático, no Portugal de Abril, numa situação de crise como aquela que vivemos não pode haver um tão grande desrespeito pelas pessoas e pelas suas famílias”, afirmou o candidato.
18 de Novembro de 2010

Alegre apela ao combate ao desemprego e ao crescimento da economia

Manuel Alegre considerou hoje o desemprego como “um dos maiores flagelos” e afirmou que a solução passa pelo crescimento da economia e da competitividade e não pela “liberalização do despedimento”.
Alegre defende que é imprescindível, perante o momento que o país atravessa, “criar riqueza para fazer face ao desemprego estrutural e de longa duração.”
À saída da reunião com dirigentes da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), que decorreu esta manhã em Lisboa, o candidato presidencial realçou as convergências assumidas no encontro, sobretudo no que toca à concertação social e ao diálogo. Questionado sobre as recentes afirmações do ministro Luís Amado, que pediu uma coligação governativa, Manuel Alegre afirmou que o ministro dos Negócios Estrangeiros “sabe tão bem como eu que isso depende das vontades dos partidos”. O candidato considerou que não houve vontade política e afirmou que é “contra soluções administrativas, porque a democracia não se suspende”. O candidato, apoiado pelo PS e pelo BE, fez-se acompanhar de Maria de Belém, mandatária nacional da sua campanha, e José Reis, professor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e seu conselheiro para as questões económicas, numa reunião que durou cerca de uma hora.
In, Público.pt, por Rita Brandão Guerra, 17-11-2010

Não há vontade política para coligação, diz Alegre

Questionado sobre as afirmações do ministro Luís Amado, que pediu uma grande coligação, Alegre disse que, após as legislativas, houve conversações mas faltou vontade política. "Nem me parece haver", reforçou, sem especificar a quem falta essa vontade.
O candidato presidencial socialista afirmou que o ministro "sabe tão bem como eu que isso depende das vontades dos partidos" e disse ainda que é "contra soluções administrativas, porque a democracia não se suspende e as soluções políticas têm que resultar das conversações entre partidos, da AR e de eleições." Alegre sublinhou o desemprego como "o principal flagelo" do país e afirmou que a solução passa pelo crescimento da economia e pelo aumento da competitividade e não pela "liberalização dos despedimentos".
In MIC, 18-11-2010]

jeudi 18 novembre 2010

Alegre diz que "há muita responsabilidade do Governo"

Candidato presidencial reuniu-se, ontem, com a comissão de trabalhadores da GroundForce e espera "sensibilidade social" para que a situação não seja irreversível.
Manuel Alegre, o candidato à presidência da República apoiado pelo PS e Bloco de Esquerda, juntou a sua voz aos que estão solidários para com os 336 trabalhadores da empresa GroundForce a operar no aeroporto de Faro e que receberam ordem de despedimento.
"Isto é sobretudo um caso social, de pessoas e com esta amplitude tem também leituras políticas, como é óbvio. É uma empresa pública, portanto há muita responsabilidade do Estado e do Governo. Há um processo negocial em curso e o que espero é sensibilidade social naquilo que compete ao Estado para que a situação não seja irreversível. E que se compreenda que fica mais caro ao Estado o subsídio de desemprego durante um ano do que preservar os postos de trabalho", sublinhou, ontem, ao final da tarde, em declarações jornalistas, Manuel Alegre, após ter recebido a comissão de trabalhadores da GroundForce, na sua sede de campanha, em Faro. Já em relação ao silêncio na matéria por parte do Presidente da República, Cavaco Silva, Manuel Alegre limitou-se a dizer que "sobre isso não tenho nada a dizer".
Nesta curta deslocação ao Sul do País, Manuel Alegre começou por visitar, ontem à tarde, o Laboratório Regional de Saúde Pública Laura Ayres, situado no Parque das Cidades, junto ao local onde será construído o Hospital Central do Algarve. "Boa tarde, como está?" - cumprimentou o candidato para uma técnica numa das salas. "Passamos aqui a maior parte da nossa vida", notou uma funcionária. Naquele laboratório são efectuadas mais de cem mil análises por ano. Seguiu-se um encontro no Hospital de Faro. Quando Manuel Alegre chegou à sede de campanha, estavam cerca de duas dezenas de apoiantes à sua espera. Antes, um deles reconheceu ao DN que "ainda se nota alguma inércia na mobilização ao nível do Algarve".
por JOSÉ MANUEL OLIVEIRA, 18/11/2010

mercredi 17 novembre 2010

Não posso ser indiferente a uma manifestação organizada por estudantes


No contexto da manifestação estudantil em Lisboa, Manuel Alegre encontrou-se esta tarde com dirigentes da Associação Académica de Coimbra, responsável pela organização da acção de protesto. O candidato manifestou-se preocupado com a redução das prestações sociais aos estudantes e deixou um apelo ao Governo para encontrar forma de evitar o abandono escolar.
17 de Novembro de 2010

“Estou preocupado com o facto de haver estudantes que, com o novo critério de atribuição de bolsas, possam abandonar os estudos por razões económicas. É preciso evitar isso. Deixo daqui o meu apelo para que se encontre maneira de evitar isso”, afirmou.
Sobre os motivos deste encontro, Manuel Alegre justificou: “Eu sou sócio de prestígio da Associação Académica de Coimbra, foi onde eu comecei a minha vida cívica e, portanto, não posso ser indiferente a uma manifestação organizada pela Associação Académica e pelos estudantes”.
O presidente da Associação Académica de Coimbra, Miguel Portugal, entregou ao candidato o manifesto sobre as razões do protesto. Os estudantes exigem a revogação do decreto-lei que estabelece o novo regime de atribuição de bolsas e prestações sociais aos alunos mais desfavorecidos.

Convívio com Manuel Alegre em França

Caros amigos,

As inscrições para o jantar com Manuel Alegre candidato à Presidência daRepública Portuguesa, no dia 26/11 em Paris estão encerradas.

Para o almoço de Domingo em Pontaul-Combault, também em presença do nosso Candidato, ainda há algumas vagas... mas por pouco tempo.
Se quiser participar pode telefonar para a associação.

A entrada é gratuita.

APCS – Pontault-Combault
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Alegres saudações.
Aurélio Pinto

mardi 16 novembre 2010

Há um combate politico que Portugal tem que travar



Portugal precisa de um Presidente que se faça ouvir, disse Manuel Alegre em entrevista ao Expresso, explicando que há “um combate político que Portugal tem de travar”. Perante o novo eixo franco-alemão, afirma que “somos parceiros iguais da UE” e que “é grave que o PR tenha a posição de resignação e de conformismo em relação aos mercados”. “Merkel ameaça os credores, o que aumenta o risco” e faz subir os juros. “Isso é do domínio político, não é dos mercados”, diz Manuel Alegre.
As presidenciais podem ser vítimas da crise? Não. As pessoas começam a perceber que as presidenciais não são a segunda volta das legislativas nem a primeira de eventuais legislativas antecipadas. São eleições estratégicas e importantes por si mesmas. E o seu resultado vai condicionar muito do futuro político do país. Isso significa que se Cavaco Silva for reeleito há legislativas em 2011? Significa que há um projecto estratégico, um programa que põe em causa muito do conteúdo social da nossa democracia e se houver eleições antecipadas pode haver um novo ciclo político, uma nova maioria. Pelas suas convicções, prática política, ideologia, Cavaco estará mais próximo desse projecto. Denunciou a tentação de Cavaco para a acção executiva. Mas ele tem sido acusado de estar muito à margem... Nós precisamos de um Presidente. Neste momento, não estamos a ter Presidente. Merkel ameaça os credores, o que aumenta o risco. Isso é do domínio político, não é dos mercados. O Presidente tem estado ausente? Tem absoluta falta de comparência. Pelo menos não se dá por ele e este é um combate político que Portugal tem de travar. Somos parceiros iguais da UE, não temos de ter nenhum complexo de inferioridade. Temos de falar e a voz do Presidente é que garante a representação nacional. Estamos a assistir a um eixo neoimperial Berlim-Paris. E devia explicar-se à senhora Merkel que esta posição, não servindo a Europa, não serve a Alemanha. Mas quem se senta no Conselho Europeu, no Ecofin, é o primeiro-ministro e o ministro das Finanças. Não estou a falar de diplomacia paralela mas de uma acção conjugada. A voz do PR é sempre importante, Mário Soares fez isso várias vezes e Jorge Sampaio também. Está a dizer que o PR devia usar todos os meios e poderes que tem? Devia. E não devia dizer o que disse ao Expresso, que “não adianta” protestar contra o FMI e os mercados. Se nos colocarmos nessa posição cada vez nos ligam menos. Com a ameaça aos credores por parte de Merkel há uma tentativa de empurrar os países periféricos: se não aceitam o garrote, saiam. Sente-se menorizado num debate desta natureza com o actual PR? Este debate é político. Mesmo as posições sobre economia são políticas, se não mesmo ideológicas. Um dos problemas do PR é que a sua visão coincide muito com a análise dos mercados. Faria sentido que, no actual contexto de emergência, houvesse um pacto partidário de não-agressão? Isso acontece noutros países. Aqui, não há essa cultura e ela não se impõe por decreto ou obrigação. Sei da dificuldade que há em estabelecer acordo e consensos. Seria mais racional que houvesse esse consenso alargado: se houver um colapso maior todos perdemos. Se passar à segunda volta, será o candidato da voz da rua e do Governo ao mesmo tempo? Sou um homem da esquerda, mas da esquerda moderada. Serei um Presidente democrático, não serei um Presidente de facção. Porque na reeleição de Cavaco, independentemente da sua intenção, há um risco. Qual? Desta vez ele é apoiado mais claramente pelo PSD e pelo CDS. Se não descolar desse projecto teremos um Presidente que deixará de ser de todos os portugueses. Por que é que Cavaco seria um PR de facção e o senhor não? Porque eu tenho uma posição clara sobre aspectos concretos da nossa democracia, o SNS, a escola pública, a segurança social…Qualquer governo que os tente pôr em causa, mesmo que seja o PS, terá a minha oposição. Não sei se Cavaco dá a mesma garantia. Os eleitores podem pensar que se Cavaco pode querer fazer um governo PSD/CDS Manuel Alegre pode querer um governo PS/BE. Não serei mediador disso. Isso compete aos partidos. Não tenho grandes ilusões, sei as divisões e as dificuldades de entendimento que há entre os partidos de esquerda. Já foi um passo em frente que haja várias forças de esquerda a apoiar a minha candidatura. Há uma convergência no propósito de evitar a reeleição de Cavaco Silva. Essa convergência tem funcionado? Tem. A reunião da Comissão Política foi interessantíssima, pela compreensão dessas diferenças. As eleições calham no primeiro mês em que as pessoas recebem menos. Dois ou três dias depois. Isso pode penalizar toda a gente. E eu não sou governo nem fui Presidente da República. Cavaco reuniu tarde demais o Conselho de Estado? Fiz essa crítica. Deva tê-lo convocado antes como se devia ter pronunciado antes. É grave que o PR tenha a posição de resignação e de conformismo em relação aos mercados. Precisávamos de um Presidente. Os portugueses estão muito angustiados, os jovens nomeadamente. É uma das coisas que me afligem muito e me dão vontade de entrar neste combate político. É preciso que eles tomem nas mãos os seus destinos, que se revoltem! Como? Partindo montras? Pode acontecer mas há outras maneiras. Falo pela minha experiência: no meu tempo, por força das circunstâncias da ditadura, tínhamos uma visão mais colectiva e organizada. A juventude, hoje, está mais fragmentada, o que dificulta o protesto e a acção reivindicativa. E nesta situação falta Presidente. Não se viu o Presidente no mundo. Foi aos países lusófonos, mas devia ter arranjado maneira de ir a França e à Alemanha. Neste contexto, a sua mensagem de esperança não corre o risco de ser encarada como uma utopia? Se me diz que acabar com a precariedade ou com estas angústias da juventude é uma utopia então eu digo-lhe: vamos lá fazê-la! As pessoas precisam de um sentido para a vida, precisam mesmo de esperança. Cito muitas vezes Churchill que disse, fazendo um “vê” com os dedos, que “não se pode viver sem esperança”. Às vezes há sinais simbólicos, há gestos, há palavras. Obama disse a Hillary: “As palavras inspiram”. E essa é também a função de um Presidente. A esperança não é divagar, é preciso dar-lhe um conteúdo concreto, apontar soluções. O que não é esperança é a resignação, o conformismo, o niilismo nacional. Um Presidente, além de moderador e regulador, pode ser um promotor de debates, um inspirador de caminhos. Que Cavaco não é? Para mim não é. É muito previsível, falta-lhe chama. Mas porventura há quem veja nisso uma virtude. Marcelo Rebelo de Sousa fez isso com muita inteligência, pegou no discurso de recandidatura, que foi um discurso aborrecido, como dando confiança às pessoas. Eu tenho dúvidas de que Cavaco seja assim tanto um factor de estabilidade, quer política, quer social. Houve momentos em que ele foi um factor de instabilidade: no estatuto dos Açores, nesse mistério para mim insondável das escutas de Belém. “Gostava de saber por que Nobre embirra comigo” Por que é que Fernando Nobre embirra tanto consigo? Isso é que eu gostava de saber. Conheço-o mal, mas sempre tivemos uma relação cordial. Terá a ver com o facto de ambos disputarem o mesmo eleitorado? Não disputamos. Estas eleições vão seu muito mais bipolarizadas, mais do que as outras. Ele foi formatado no sentido de vir fazer o que eu fiz em 2006. E não há o risco de Fernando Nobre ser o Manuel Alegre de 2011? Não. Ele não é Manuel Alegre. A maioria dos candidatos presidenciais está do lado esquerdo do espectro partidário. Isso não é perigoso para si? Não sei de que lado está Nobre, se está do lado esquerdo, se do lado direito, se de lado nenhum: quando se faz uma campanha contra a política e os políticos isso não cidadania! E o PCP sempre apresentou um candidato – e é útil porque há parte do eleitorado que só um candidato comunista mobiliza. Mas em 2006 os votos da esquerda somaram. "É interessante falar com Maria Cavaco Silva sobre poesia” Na última entrevista ao Expresso Cavaco Silva confessou que tem todos os livros de Manuel Alegre, autografados pelo próprio. O escritor e poeta. De novo adversário de Cavaco nas presidenciais de 23 de Janeiro. Confirma: “Um dia Cavaco pediu-me para assinar uns livros para a mulher e passei a enviar-lhos”. “Maria Cavaco Silva é uma pessoa com quem é interessante falar sobre poesia e literatura”, afirma Alegre, confessando que ainda não fez chegar à primeira-dama um exemplar da sua última obra, o autobiográfico “O Miúdo que Pregava Pregos numa Tábua”. Confrontos políticos à parte, assume manter “uma relação cordial” com Cavaco e revela: “Até fui algumas vezes almoçar a Belém. Quando recebi o prémio literário D. Dinis, ele esteve lá como Presidente e fez um discurso que me sensibilizou”. “Se foi eleito, a minha vontade é que seja para um único mandato” Se Sócrates quiser ir a um comício seu vai ou não? Se quiser ir com certeza que sim. E Louça também. Mas não vejo necessidade disso. E deixa Teixeira dos Santos discursar num comício seu? (risos) Acho que ele é suficientemente inteligente e boa pessoa para compreender que não seria um bom serviço que prestaria à minha candidatura. Vai gastar mais ou menos dinheiro nesta campanha? Mais, embora menos do que Cavaco. Em 2006 ele gastou 3 milhões e tal, eu gastei 800 mil. Desta vez ele disse que ia gastar metade de máximo ( 2 milhões e tal), eu vou gastar menos. Concorda com a ideia de não haver oudoors? Não é brilhante. A democracia tem custos e Cavaco volta a fazer um discurso que não me agrada. Sabemos que há crise do sistema político e ele volta a ser “o não político que vai à luta política contra a política”, quando é um político profissional. E vai retirar os seus outdoors? Eu?! Não! A campanha presidencial tem de ter dignidade democrática, implica debates e confronto e também outdoors. Até porque eu não andei a passear como PR por bastiões eleitorais. Acha que Cavaco misturou a Presidência com a campanha? Sem dúvida nenhuma, vi isso no terreno. Ele foi aos seus bastiões eleitorais, houve uma confusão entre a função presidencial e a campanha eleitoral. Todos os presidentes fizeram mais ou menos a mesma coisa, mas ele fez mais intensamente. Deveria ter tido mais recato. Para evitar situações de conflito não faria sentido que o mandato presidencial fosse único? Se eu for eleito, será para mim um mandato único. É a minha vontade, acho que sou capaz de fazer o que quero num mandato. Se ficar abaixo do milhão de votos que teve em 2006 é uma derrota? Perder, nem que seja por um, é uma derrota. Mas acho difícil ficar abaixo do que tive. E chegar à 2ª volta já é uma vitória? É condição de vitória, mas vitória é ganhar a eleição. Não ando aqui para cumprir calendário, se alguma coisa tinha a demonstrar foi na última eleição. As sondagens não lhe dão muita esperança. Conforme. Há uma grande discrepância entre as sondagens. O quadro político e o quadro económico mudaram radicalmente entre o momento em que tomou a decisão de se recandidatar e agora... Sim, o que não quer dizer que não a tomasse na mesma. O combate é agora mais difícil, mas mais necessário. Outros assuntos Orçamento MA: “Há gastos supérfluos absurdos do Estado que deviam ser cortados. Agora, subsídios de alimentação?!” Greve dos magistrados MA: “Legalmente têm direito. Do ponto de vista ético não tenho uma certeza sobre isso.” Corrupção MA: “Cavaco falou algumas vezes e bem. Mas devia ter falado mais, sobretudo sobre determinadas situações e certas impunidades muito visíveis com certos bancos e pessoas” Afinal, quer ou não o envolvimento da direcção do PS na sua campanha? O problema nunca foi esse. Eu fiz foi um alerta no sentido que os partidários, e não só do PS, sensibilizem as pessoas e que eles próprios se dêem conta de que a questão essencial, agora, são as presidenciais.

In Expresso, 13/11/2010

Alegre com mandatários internacionais

O candidato presidencial socialista Manuel Alegre divulgou ontem o perfil dos seus mandatários de fora de Portugal. Estes representantes são oriundos de diferentes áreas como a economia a educação e a cultura.
O mandatário para França, da candidatura de Manuel Alegre é coordenador da secção do PS de Paris. Aurélio Pinto já tinha afirmado que maioria dos militantes socialistas na capital francesa está com Manuel Alegre nas próximas presidenciais, tendo acrescentado ainda que o apoio a Manuel Alegre é muito superior ao que aconteceu nas outras eleições em que o PS apoiou o ex presidente Mário Soares.
Já a mandatária para o Luxemburgo Mili Tasch Fernandes gestora financeira, confessou “O eleitorado de esquerda já está quase todo conquista do mas há muitos que podemos ainda conseguir para o nosso lado nomeadamente os indecisos”. Manuel Alegre sublinhou a importância de o Presidente da República considerar de forma igual "os portugueses que vivem no País, como todos os que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo".
O candidato socialista acrescentou que "compreende bem o que é viver fora do País".
In Diário Notícias, J A

"Esta campanha será o que quiserem os cidadãos do meu país"

http://www.youtube.com/watch?v=z-QK-H_F4D4&feature=related

"Exorto os portugueses a lutar contra a descrença"

http://www.youtube.com/watch?v=2xWa0lMKHHg&feature=related

Merkel está a desconstruir a Europa e isso é inaceitável

Merkel está a desconstruir a Europa e isso é inaceitável
www.youtube.com

Manuel Alegre critica a chanceler alemã por estar a “desconstruir a Europa”. Com a ameaça de castigar os credores que emprestem aos países que estão na situação do nosso, encarece os empréstimos e põe um garrote financeiro à volta de países como Portugal, Grécia ou Espanha, e isto é inaceitável...

lundi 15 novembre 2010

Existem muitos outros défices como o da interioridade e da desertificação

Manuel Alegre na Torre de Moncorvo
Existem muitos outros défices como o da interioridade e da desertificação
Manuel Alegre reafirmou as críticas ao silêncio do actual Presidente “perante a ofensiva especulativa contra o Estado português”, acusando-o de ser um “neoliberal” e um “conservador”. Num almoço, este Domingo, em Carviçais, Torre de Moncorvo, o candidato deixou ainda o alerta para a existência de “muitos outros défices”, além das contas públicas, como o da interioridade e da desertificação.
Para Manuel Alegre, a ameaça da chanceler alemã aos “credores que fazem empréstimos a países como o nosso”, fazendo subir os juros da dívida pública, “já não é só uma questão dos mercados”, mas sim “uma questão política” que exige uma “resposta política”. “Quem garante, em primeiro lugar, a representação e a defesa do interesse nacional é o Presidente da República”, sublinhou, criticando Cavaco Silva por ter dito numa entrevista que não adianta atacar o FMI e os mercados financeiros porque eles não nos ligam nada. “Com um Presidente da República assim, cada vez nos ligam menos”, afirmou. Negando que seja contra a economia de mercado, “mas não por essa coisa abstracta que são os mercados financeiros e uma Europa gerida pelos bancos alemães”, Manuel Alegre só encontra justificação no silêncio do Presidente porque “ele é um neoliberal” que “no fundo está de acordo com a análise que fazem os mercados sobre a situação económica portuguesa”, acusando-o ainda de ser um “conservador apoiado por forças conservadoras na visão política do país e da democracia”. Por isso, o que está em jogo nas eleições presidenciais, segundo o candidato, “não são a 2ª volta das legislativas, nem a 1ª de eventuais eleições antecipadas”, mas a decisão do “modelo político do nosso país, o modelo de sociedade e a forma e o conteúdo da nossa democracia”. O candidato deixou ainda o alerta para a existência de “muitos outros défices”, além das contas públicas, como o da interioridade e da desertificação. “Não podemos ter um país que tem dois terços do seu território cada vez mais desertificado, isso é gerador de desigualdade e de um grande desequilíbrio” afirmou. Sublinhando a necessidade de outra atenção para o interior, Manuel Alegre admitiu que, embora inicialmente não fosse a favor, hoje é um “adepto fervoroso da regionalização”, por ser “a única maneira de podermos resolver o problema da interioridade”, colhendo um vigoroso aplauso dos cerca de 150 apoiantes que enchiam a sala. Aires Ferreira, presidente da câmara da Torre de Moncorvo e mandatário distrital da candidatura, criticou, por sua vez, o candidato do PSD e do CDS que exerce as funções de Presidente da República: “Ele diz que não vai utilizar outdoors porque é indoor permanente, entra-nos pela casa dentro a toda à hora”. E estendeu a ironia aos “alertas” que o candidato disse ter lançado sobre a situação do país: “como fazem os meteorologistas, dizem-nos que amanhã vai chover e saímos de casa com guarda-chuva mas está um vento desgraçado, o guarda-chuva vai à vida e molhamo-nos à mesma”. Num tom mais sério, sobre a crise financeira do país e da Europa, o mandatário defendeu que é preciso “haver regras” porque “a sociedade não pode estar à mercê da especulação e da ganância”, recusando que seja “marxismo” e citando a encíclica sobre a doutrina social da igreja que “fala na função social da propriedade privada”. Já Berta Nunes, a primeira mulher eleita presidente de câmara em terras transmontanas, em Alfandega da Fé, sublinhou que nas próximas eleições presidenciais estarão em causa duas visões do futuro do país: a visão neo-liberal de Cavaco Silva e uma “visão positiva do futuro” protagonizada por Manuel Alegre, mas cuja mensagem acusou a comunicação social de não querer passar.

Montalegre aquece campanha em crescimento

A “terra fria” transmontana encheu-se esta noite com o calor de mais de quinhentas pessoas que acolheram Manuel Alegre com entusiasmo num jantar de campanha, em visível crescimento e mobilização. A onda de apoio que já se tinha feito sentir há uma semana em Viseu estendeu-se a Montalegre, onde nem o clima invernoso nem a chuva impediram o ambiente entusiástico, com muitos aplausos e palavras de incentivo ao candidato.
Manuel Alegre agradeceu o apoio, com um “abraço fraterno e muito comovido” que estendeu também ao “reino maravilhoso de Trás-os-Montes de que falava Miguel Torga e onde pulsa mais forte o coração de Portugal”. O candidato fez ainda questão de dar “um abraço muito antigo e especial” a Júlio Montalvão Machado, “uma figura da resistência e do partido socialista”, que o acompanhou num dos “momentos mais tristes e mais marcantes” da sua vida. Manuel Alegre lembrou que foi da sua quinta, em Chaves, que passou o ribeiro onde deu “o salto” para Espanha que o levaria ao exílio.
Num discurso emocionado, o candidato afirmou que está neste combate para “dar a volta ao fado” e para “riscar a palavra fatalidade do nosso vocabulário político”. “Estamos aqui para ajudar o povo português a levantar a cabeça e criar uma nova esperança democrática para a nossa pátria”, garantiu Manuel Alegre, colhendo um vigoroso aplauso dos apoiantes.
O presidente da Câmara, Fernando Rodrigues, que apresentou a sua terra como sendo “também alegre”, sustentou, por sua vez, que não é o actual Presidente, com as mesmas ideias políticas da sra. Merkel, que “vai afrontar o capitalismo selvagem e defender os mais fracos”. “Pela coragem, pela cultura, pela confiança e pelo futuro, tem que ser Manuel Alegre, para bem da Europa e de Portugal”, afirmou num discurso empolgado pelo calor do ambiente de festa.
14 de Novembro de 2010

dimanche 14 novembre 2010

Cavaco Silva é um «gestor de silêncios», diz Manuel Alegre


O candidato às presidenciais Manuel Alegre acusou este domingo o actual Presidente e candidato a novo mandato, Cavaco Silva, de ser «gestor de silêncios», dando como exemplo a interpretação do processo das «escutas».
«O Presidente da República só fala quando não deve falar, ou se engana com frequência na interpretação dos poderes que lhe são atribuídos», alegou o candidato presidencial durante uma visita ao nordeste trasmontano.
Manuel Alegre disse ainda que o «papel do Presidente da República terá de ser entendido como um moderador da cena política nacional».
«O povo português precisa de ouvir uma palavra do Presidente da República, ou seja uma palavra democrática, clara e transparente», disse.
Segundo Manuel Alegre, «o actual Presidente da República é uma neoliberal, porque o distinto economista está de acordo com as empresas que fazem as análise de mercado».
In Diário Digital / Lusa, 14/11/2010

samedi 13 novembre 2010

Alegre não quer Presidente com visão 'submissa'


O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou hoje que Portugal precisa de um Presidente da República que não tenha uma visão de «superstição» perante o estrangeiro, nem uma posição quase «envergonhada» e «submissa» quando falam «grosso» de fora.
Manuel Alegre almoçou hoje com apoiantes da sua candidatura em Vila Real, focando o seu discurso na importância da palavra, que considerou ser a grande «arma de um Presidente da República».
Por isso considerou que, numa altura em que se está a assistir a um «ataque especulativo aos países periféricos» e que as taxas de juro da dívida soberana estão a subir por causa de «factores artificiais», o Presidente da República tem «obrigação de falar».
Para Alegre, o primeiro dever de um presidente «é assegurar a representação nacional, assegurar a defesa do interesse nacional, seja onde for e seja contra quem for».
«Não ter na Presidência da República alguém que tenha uma visão de superstição perante o estrangeiro, que não projecte lá fora a voz de Portugal e que tenha uma posição quase envergonhada e quase submissa quando falam grosso da parte de fora», salientou.
O candidato lançou ainda duras críticas à chanceler alemã, Angela Merkel, que diz que está a privilegiar a defesa do euro contra o dólar e a moeda chinesa e que, para isso, está a «desconstruir a Europa».
«Com esta ameaça de castigar os credores que emprestem aos países que estão na situação do nosso, está a encarecer os empréstimos e a pôr um garrote financeiro à volta de países como Portugal, Grécia ou Espanha e isto é inaceitável», sublinhou.
Nas eleições a 23 de Janeiro o país vai decidir, segundo Manuel Alegre, o futuro político, o modelo de sociedade e a forma e o conteúdo da democracia.
«Estas eleições não vão ser a segunda volta das legislativas, nem a primeira volta de eventuais eleições antecipadas, são eleições estratégicas e em si mesmo importantes e decisivas para o futuro de Portugal», salientou.
Alegre falou ainda do projecto de revisão constitucional apresentado pelo PSD, o qual considera que «não é para levar a sério».
«O que é para levar a sério é o projecto que está subjacente e que é um projecto estratégico de destruição do Estado Social, de subversão do Estado social e é isso que vai estar em confronto nas próximas eleições presidenciais», afirmou.
No dia em que o adversário Fernando Nobre o acusou o ser o candidato do 'nim' por não ter uma posição definida em relação ao orçamento e à greve, Manuel Alegre não quis falar aos jornalistas.
De Vila Real, o candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda segue para Montalegre, onde vai jantar com apoiantes.
In Lusa / SOL, 13 de Novembro, 2010