vendredi 31 décembre 2010

BPN: Alegre acusa Cavaco de «desviar atenções do essencial»

Manuel Alegre acusa Cavaco Silva de «procurar desviar as atenções do essencial, que é a gestão danosa da anterior administração» do BPN, disse o candidato à agência Lusa.

O candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda não quis deixar em claro a polémica criada com a declaração de Cavaco Silva durante o último debate televisivo, em que este se disse surpreendido com a incapacidade da atual administração em recuperar o banco, fazendo comparação com os bancos ingleses.
Para Manuel Alegre, o candidato e atual Presidente da República "nunca podia ter dito que não teve ligações ao BPN, se teve ações da SLN teve ligações ao BPN, se é economista ele sabe isso".
"Ao criticar a atual administração do BPN, Cavaco Silva está a procurar desviar as atenções do essencial, que é a gestão danosa da anterior administração e continua a contemporizar com amigos e apoiantes políticos que são os verdadeiros responsáveis pelo escândalo financeiro do BPN, sem esquecer que este banco, o BPN, pertencia à Sociedade Lusa de Negócios a quem Cavaco Silva comprou ações que venderia depois com um lucro surpreendente", afirmou à Lusa.
Sobre as críticas de socialistas de que poderia ter explorado melhor este assunto no debate, Manuel Alegre explicou que a afirmação do Chefe de Estado foi feita já no final do programa, pelo que "já não tinha tempo para isso".
"Eu falei na questão do BPN nos termos que achei que deveria falar, ele comprou ações da SLN, a SLN é dona do BPN, se foi acionista da SLN não pode dizer que não tem nada a ver com o BPN. Teve, como acionista, na proporção das ações que teve", disse.
Alegre sublinha que não sabe os termos do contrato, que não sabe a quem vendeu, quem comprou as ações da SLN. "O que eu disse é que se a SLN é dona do BPN, nessa medida (Cavaco Silva) tinha sido um bocadinho dono do BPN, na medida em que cada acionista de um banco, de uma sociedade, é dono, em proporção das ações que tem".
As declarações de Cavaco Silva já geraram várias reações, nomeadamente do conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), que considerou "injustas" as críticas que lhe foram feitas na quarta-feira por Cavaco Silva a propósito do BPN e prontificou-se para esclarecer o atual Presidente da República.
O candidato Cavaco Silva, durante o debate presidencial com Manuel Alegre, afirmou: "O que me surpreende é que em Inglaterra tenham ocorrido perturbações grandes, grandes prejuízos em bancos, tenham sido nomeadas administrações profissionais independentes e tenham conseguido recuperações notáveis. O que me surpreende é que esta administração do BPN não tenha conseguido fazer aquilo que fizeram as administrações em Inglaterra".
Também o presidente do Banco Português de Negócios, Francisco Bandeira, admitiu à agência Lusa ter ficado surpreso com as declarações de Cavaco Silva, considerando-as "ligeiras" e feitas "em contexto de campanha eleitoral" e fruto de "deficiente informação".
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira, considerou que Cavaco Silva fez uma "acusação muito grave" à administração da Caixa Geral de Depósitos, que gere atualmente o BPN.
In Diário Digital / Lusa, 31/12/2010

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