dimanche 17 octobre 2010

Mensagem de Manuel Alegre à comunidade portuguesa da Venezuela

Caras e Caros Compatriotas
Em breve, como é conhecido, vamos ser chamados a escolher a pessoa que entendemos melhor simbolizar a Pátria. A figura que durante 5 anos falará em nome de Portugal, tomará as decisões mais cruciais para o País, defenderá o contrato em que se funda a relação entre o povo e quem em seu nome exerce o poder político e a que chamamos Constituição.
Sabemos que os tempos vão difíceis no mundo e também em Portugal! Mas também sabemos que, de uma forma ou de outra, todos os Países passam tempos difíceis. E para alguns, difíceis, afinal, foram todos os tempos! Vós, através do contributo que tendes dado ao longo de décadas para o desenvolvimento da Venezuela, sois o exemplo de que é possível enfrentar as dificuldades e de que os portugueses emigrados honram o seu país, ajudando a promover o progresso dos países que os acolhem.
A facilidade convida à acomodação e ao desinteresse, como se tudo nos fosse devido. Até a democracia!
Mas a democracia faz-se com a participação activa de quem sabe o que custou a obter e o que custa todos os dias em esforço, persistência, abertura de espírito, capacidade negocial e boa-fé. É a essa participação activa para a eleição do próximo Presidente da República que, de longe mas perto, me permito apelar, enquanto candidato. Na certeza de que por certo partilharão a convicção de que ninguém é dono da inteligência, da consciência crítica nem dos votos do eleitorado. Por isso a liberdade é um dos bens mais caros ao ser humano.
Dei à liberdade muito da minha vida. Como vós estive muitos anos longe do meu País. Congratulo-me por ter contribuído para a consolidação da Democracia em Portugal e, por essa via, para a liberdade e direitos dos portugueses e das portuguesas que residem no estrangeiro. Estou certo que a próxima eleição para a Presidência da República, em 2011, será um momento solene para a afirmação da vossa pertença efectiva à grande Comunidade Portuguesa e reforçará os laços que unem Portugal a todos os portugueses espalhados pelo Mundo.
Sou candidato por Portugal e pela necessidade de dar uma nova esperança à democracia portuguesa. Apresento-me por decisão pessoal. Sou um candidato supra-partidário, mas não neutro. Sou um republicano para quem a ética republicana não se funda apenas na lei mas na consciência e no comportamento. Sou um socialista para quem o socialismo é uma ética e um humanismo. Sou um democrata para quem a democracia deve ser uma vivência transparente e não um jogo obscuro do poder pelo poder. Sou um patriota para quem Portugal não é apenas um país pequeno mas sim um país rico de uma das línguas mais faladas no mundo, rico de história, com uma experiência multisecular na convivência com outros povos e outros continentes. Uma nação não é só números, é a alma do seu povo que pulsa em nós e nos leva para além da adversidade.
Candidato-me para inspirar o cumprimento do projecto que está inscrito na Constituição: uma República moderna, com liberdades e garantias individuais, com direitos sociais inseparáveis dos direitos políticos e que continue a assegurar os direitos dos portugueses que residem e trabalham no estrangeiro que nela estão consagrados. E sobretudo uma República em que as novas gerações possam ter o seu lugar e uma vida sem constante precariedade. Uma República onde a justiça funcione e onde a igualdade de oportunidades não seja uma retórica vazia.
Não esquecerei que o Presidente da República assegura a representação nacional e que onde está um emigrante está Portugal.
Por intermédio do Deputado Paulo Pisco envio para todos as minhas saudações democráticas.
Viva a República
Viva Portugal.

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