Manuel Alegre nas Caldas da Rainha
Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais
“Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais, uma clara tentativa de minimizar e desvalorizar a eleição presidencial. É evidente que isto interessa à direita e ao candidato Cavaco Silva, que não gosta de campanha e não gosta de perguntas incómodas e de debate. Mas a democracia é ela própria uma incomodidade”. Num discurso improvisado e interrompido por aplausos, Manuel Alegre afirmou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “Não podemos permitir que em nome de uma guerra cambial a Europa seja desconstruída a favor do centro mais poderoso e em desfavor dos países periféricos”.
Alegre criticou Cavaco Silva pela “maneira muito peculiar que é fazer a campanha como Presidente”, o que “fica mais barato” e é uma maneira de “desvirtuar a transparência e a própria democracia”. Tudo isto “tem um objectivo: dar a ideia de que não vale a pena fazer campanha eleitoral porque o candidato Cavaco Silva já está eleito”, salientou, para assim “desmoralizar, desanimar, desinspirar e desmotivar os apoiantes de outras candidaturas”.
Manuel Alegre respondeu a Marcelo Rebelo de Sousa – que no domingo passado o acusou de “estar sozinho” na campanha – com “um preâmbulo e uma exposição de factos”. O candidato afirmou que “quando MRS anunciou o dia e a hora da apresentação da candidatura de Cavaco Silva e não foi desmentido”, ficou “investido na qualidade de porta-voz”. “E há uma confusão crescente”, considerou, “entre a função de comentador e a função de porta-voz, que tende a aumentar quanto mais parcial ele for a favor do candidato, quanto mais omisso for em relação às outras candidaturas e quanto mais esforço fizer para diminuir a minha candidatura”.
A exposição de factos, “ao estilo de Salgado Zenha”, lembrou Manuel Alegre, foi uma descrição sumária do que tem sido a sua campanha no presente mês, tendo enumerado todas as visitas, almoços, reuniões e jantares de apoiantes que um pouco por todo o país se têm sucedido praticamente todos os dias e todas as noites, sempre com presença diversificada de dirigentes e autarcas do PS, do BE e independentes e com centenas de apoiantes e muito calor humano, mesmo nas zonas do interior como Viseu ou Trás-os-Montes, ou em acções de rua como no Bolhão ou Santa Catarina no Porto. “Eu tenho de fazer esta exposição de factos”, disse a certa altura, “porque as pessoas não sabem, isto não é publicado”. Portanto, assegurou, MRS “pode estar descansado”, “porque não tenho tão poucos apoios nem estou tão sozinho como ele pretende fazer crer”, no que foi saudado com aplausos prologados.
“Há uma pergunta que não pode deixar de se fazer a quem é candidato à Presidência da República”, disse Manuel Alegre, uma “pergunta essencial de que dependem o nosso futuro político, a forma e o conteúdo da nossa democracia”. “E essa pergunta é: que fará se for eleito e se algum governo pretender pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, a segurança social pública e os direitos dos trabalhadores?” Manuel Alegre reiterou a resposta que já várias vezes deu: “Comigo na Presidência ninguém toca no SNS, na escola pública, na segurança social pública”. O candidato convidou os jornalistas a colocar essa pergunta a Cavaco Silva. “Se ninguém a fizer faço-a eu”, garantiu, porque “é isto que está em causa em toda a Europa e no nosso país”.
“Não precisamos de garrotes financeiros na Europa, disse Alegre, “precisamos de uma Europa de coesão, solidariedade, crescimento económico e emprego”, porque “é esse o projecto europeu e não o novo eixo imperial Paris-Berlim contra os países periféricos”. Alegre sustentou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “É preciso reconstruir a esquerda democrática na Europa”, afirmou, procurar “novas soluções e novos caminhos”, em nome de um projecto “mais justo e mais solidário” para o nosso país e para o mundo.
“É preciso pensar nas pessoas, é preciso pensar nos pobres” disse ainda Manuel Alegre, desenvolvendo o tema das desigualdades e da pobreza, no momento difícil que atravessamos. Citou a propósito o encontro que teve com o Presidente da Caritas, a emergência de novos pobres para além da pobreza estrutural e concluiu que “não foi para isto que fizemos o 25 de Abril”, no que voltou a ser efusivamente aplaudido.
No final o candidato convocou todos para o combate eleitoral, “porque em democracia não há coroações, não há vencedores antecipados” e prometendo “bater-se até ao fim, até à segunda volta e, na segunda volta, pela vitória”.
Antes de Manuel Alegre usaram da palavra José Vera Jardim, Vice-Presidente socialista da Assembleia da República e José Heitor, do Bloco de Esquerda.
Veja as acções desenvolvidas na Campanha de Manuel Alegre durante o mês de Novembro AQUI.
Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais
“Há um muro de silêncio à volta das eleições presidenciais, uma clara tentativa de minimizar e desvalorizar a eleição presidencial. É evidente que isto interessa à direita e ao candidato Cavaco Silva, que não gosta de campanha e não gosta de perguntas incómodas e de debate. Mas a democracia é ela própria uma incomodidade”. Num discurso improvisado e interrompido por aplausos, Manuel Alegre afirmou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “Não podemos permitir que em nome de uma guerra cambial a Europa seja desconstruída a favor do centro mais poderoso e em desfavor dos países periféricos”.
Alegre criticou Cavaco Silva pela “maneira muito peculiar que é fazer a campanha como Presidente”, o que “fica mais barato” e é uma maneira de “desvirtuar a transparência e a própria democracia”. Tudo isto “tem um objectivo: dar a ideia de que não vale a pena fazer campanha eleitoral porque o candidato Cavaco Silva já está eleito”, salientou, para assim “desmoralizar, desanimar, desinspirar e desmotivar os apoiantes de outras candidaturas”.
Manuel Alegre respondeu a Marcelo Rebelo de Sousa – que no domingo passado o acusou de “estar sozinho” na campanha – com “um preâmbulo e uma exposição de factos”. O candidato afirmou que “quando MRS anunciou o dia e a hora da apresentação da candidatura de Cavaco Silva e não foi desmentido”, ficou “investido na qualidade de porta-voz”. “E há uma confusão crescente”, considerou, “entre a função de comentador e a função de porta-voz, que tende a aumentar quanto mais parcial ele for a favor do candidato, quanto mais omisso for em relação às outras candidaturas e quanto mais esforço fizer para diminuir a minha candidatura”.
A exposição de factos, “ao estilo de Salgado Zenha”, lembrou Manuel Alegre, foi uma descrição sumária do que tem sido a sua campanha no presente mês, tendo enumerado todas as visitas, almoços, reuniões e jantares de apoiantes que um pouco por todo o país se têm sucedido praticamente todos os dias e todas as noites, sempre com presença diversificada de dirigentes e autarcas do PS, do BE e independentes e com centenas de apoiantes e muito calor humano, mesmo nas zonas do interior como Viseu ou Trás-os-Montes, ou em acções de rua como no Bolhão ou Santa Catarina no Porto. “Eu tenho de fazer esta exposição de factos”, disse a certa altura, “porque as pessoas não sabem, isto não é publicado”. Portanto, assegurou, MRS “pode estar descansado”, “porque não tenho tão poucos apoios nem estou tão sozinho como ele pretende fazer crer”, no que foi saudado com aplausos prologados.
“Há uma pergunta que não pode deixar de se fazer a quem é candidato à Presidência da República”, disse Manuel Alegre, uma “pergunta essencial de que dependem o nosso futuro político, a forma e o conteúdo da nossa democracia”. “E essa pergunta é: que fará se for eleito e se algum governo pretender pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde, a escola pública, a segurança social pública e os direitos dos trabalhadores?” Manuel Alegre reiterou a resposta que já várias vezes deu: “Comigo na Presidência ninguém toca no SNS, na escola pública, na segurança social pública”. O candidato convidou os jornalistas a colocar essa pergunta a Cavaco Silva. “Se ninguém a fizer faço-a eu”, garantiu, porque “é isto que está em causa em toda a Europa e no nosso país”.
“Não precisamos de garrotes financeiros na Europa, disse Alegre, “precisamos de uma Europa de coesão, solidariedade, crescimento económico e emprego”, porque “é esse o projecto europeu e não o novo eixo imperial Paris-Berlim contra os países periféricos”. Alegre sustentou que o papel do Presidente da República é “fazer ouvir a voz de Portugal e defender a reconstrução da Europa”. “É preciso reconstruir a esquerda democrática na Europa”, afirmou, procurar “novas soluções e novos caminhos”, em nome de um projecto “mais justo e mais solidário” para o nosso país e para o mundo.
“É preciso pensar nas pessoas, é preciso pensar nos pobres” disse ainda Manuel Alegre, desenvolvendo o tema das desigualdades e da pobreza, no momento difícil que atravessamos. Citou a propósito o encontro que teve com o Presidente da Caritas, a emergência de novos pobres para além da pobreza estrutural e concluiu que “não foi para isto que fizemos o 25 de Abril”, no que voltou a ser efusivamente aplaudido.
No final o candidato convocou todos para o combate eleitoral, “porque em democracia não há coroações, não há vencedores antecipados” e prometendo “bater-se até ao fim, até à segunda volta e, na segunda volta, pela vitória”.
Antes de Manuel Alegre usaram da palavra José Vera Jardim, Vice-Presidente socialista da Assembleia da República e José Heitor, do Bloco de Esquerda.
Veja as acções desenvolvidas na Campanha de Manuel Alegre durante o mês de Novembro AQUI.
23 de Novembro de 2010
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