Manuel Alegre defendeu hoje que as eleições presidenciais de 23 de Janeiro não são um mero acto eleitoral.
Intervindo no encerramento do IX Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP, o candidato apoiado por socialistas e bloquistas usou as palavras do secretário-geral da UGT, João Proença, que o antecedeu como orador na iniciativa, para sublinhar que nas presidenciais "fica aberto" o caminho para "uma maioria, um Governo, um presidente", numa alusão à frase de Francisco Sá Carneiro.
"O nosso futuro político não se vai decidir em Maio ou em Junho [data apontada por Proença para realização de novas eleições legislativas], vai-se decidir nas eleições presidenciais, a 23 de Janeiro", advogou, sugerindo que a sua eleição ou a de Cavaco Silva terá forte influência no caso de uma crise política no próximo ano.
"O que se joga a 23 de Janeiro é o futuro político do nosso país, é o modelo de sociedade", afirmou, em jeito de advertência.
Na sua intervenção, Alegre apelou mesmo aos sindicalistas presentes para que "expliquem a todos o que está em causa nas eleições presidenciais" e prognosticou que estas definirão o "tipo de democracia que vamos ter" em Portugal.
Por entre as referências ao futuro do país após as presidenciais, o candidato do BE e do PS teceu críticas ao projecto de revisão constitucional do PSD, caracterizando-o como "um projecto estratégico contra o Estado Social tal como ele está consagrado na nossa Constituição".
Segundo a Lei Fundamental, disse Alegre, "os direitos sociais são inseparáveis dos direitos políticos", pelo que "a Constituição ficará mutilada se estes forem separados".
"Ninguém contará comigo para pôr em causa o direito dos trabalhadores, o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social pública, a educação", vincou, reiterando uma garantia que tinha dado no seu discurso de 'rentrée' da candidatura, a 11 de Setembro.
Sobre as linhas de orientações na resposta à crise, Alegre acusou a direita de querer aumentar a competitividade da economia com base "na flexibilização e na desvalorização do trabalho" e defendeu como alternativa "a inovação tecnológica e social e a incorporação de saber", bem como a "responsabilidade social das empresas".
No plano europeu, Alegre criticou o PP espanhol que se propõe "privatizar todos os serviços públicos" ou as opções de Sarkozy, em França, que "estão a pôr em causa não só o Estado Social, mas mesmo a ideia de interesse geral e de serviço público, tal como ela vem da Revolução Francesa".
"Há um enfraquecimento da social-democracia e do socialismo democrático em toda a Europa, da esquerda. Por mais absurdo que pareça, com a queda do Muro de Berlim parece que caiu também a capacidade da esquerda na Europa, o movimento sindical tem um papel decisivo para fazer frente a esta ofensiva contra os serviços sociais", advogou, perante uma plateia de sindicalistas.
In Económico com Lusa, 7/11/10 18:30
Intervindo no encerramento do IX Congresso da Corrente Sindical Socialista da CGTP, o candidato apoiado por socialistas e bloquistas usou as palavras do secretário-geral da UGT, João Proença, que o antecedeu como orador na iniciativa, para sublinhar que nas presidenciais "fica aberto" o caminho para "uma maioria, um Governo, um presidente", numa alusão à frase de Francisco Sá Carneiro.
"O nosso futuro político não se vai decidir em Maio ou em Junho [data apontada por Proença para realização de novas eleições legislativas], vai-se decidir nas eleições presidenciais, a 23 de Janeiro", advogou, sugerindo que a sua eleição ou a de Cavaco Silva terá forte influência no caso de uma crise política no próximo ano.
"O que se joga a 23 de Janeiro é o futuro político do nosso país, é o modelo de sociedade", afirmou, em jeito de advertência.
Na sua intervenção, Alegre apelou mesmo aos sindicalistas presentes para que "expliquem a todos o que está em causa nas eleições presidenciais" e prognosticou que estas definirão o "tipo de democracia que vamos ter" em Portugal.
Por entre as referências ao futuro do país após as presidenciais, o candidato do BE e do PS teceu críticas ao projecto de revisão constitucional do PSD, caracterizando-o como "um projecto estratégico contra o Estado Social tal como ele está consagrado na nossa Constituição".
Segundo a Lei Fundamental, disse Alegre, "os direitos sociais são inseparáveis dos direitos políticos", pelo que "a Constituição ficará mutilada se estes forem separados".
"Ninguém contará comigo para pôr em causa o direito dos trabalhadores, o Serviço Nacional de Saúde, a Segurança Social pública, a educação", vincou, reiterando uma garantia que tinha dado no seu discurso de 'rentrée' da candidatura, a 11 de Setembro.
Sobre as linhas de orientações na resposta à crise, Alegre acusou a direita de querer aumentar a competitividade da economia com base "na flexibilização e na desvalorização do trabalho" e defendeu como alternativa "a inovação tecnológica e social e a incorporação de saber", bem como a "responsabilidade social das empresas".
No plano europeu, Alegre criticou o PP espanhol que se propõe "privatizar todos os serviços públicos" ou as opções de Sarkozy, em França, que "estão a pôr em causa não só o Estado Social, mas mesmo a ideia de interesse geral e de serviço público, tal como ela vem da Revolução Francesa".
"Há um enfraquecimento da social-democracia e do socialismo democrático em toda a Europa, da esquerda. Por mais absurdo que pareça, com a queda do Muro de Berlim parece que caiu também a capacidade da esquerda na Europa, o movimento sindical tem um papel decisivo para fazer frente a esta ofensiva contra os serviços sociais", advogou, perante uma plateia de sindicalistas.
In Económico com Lusa, 7/11/10 18:30
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