jeudi 4 novembre 2010

"A minha candidatura é mais necessária do que nunca"


A pensar “nos mais desfavorecidos”, naqueles que mais sentirão as “medidas de austeridade muito duras”, contidas no Orçamento de Estado aprovado hoje na generalidade, Manuel Alegre considerou, num jantar com duas centenas de apoiantes no Marco de Canavezes, que a sua candidatura é, num momento difícil para Portugal, mais necessária do que nunca.
Lembrando que foi “hoje aprovado na generalidade o Orçamento Geral do Estado, orçamento esse que contém medidas de austeridade muito duras e que vão pesar duramente na vida dos portugueses”, o candidato afirmou que pensa “neste momento, nos mais desfavorecidos, naqueles que vão ver cortes nos seus salários, nos pensionistas que vão ver as suas pensões congeladas, nas famílias que vão ver os seus abonos reduzidos”.
Pensando nas palavras de “confiança e de esperança” deixadas pelo Bispo do Porto, com quem se encontrou esta tarde, Manuel Alegre considera que “esta situação muito difícil para o nosso país vai exigir sacrifícios a todos os portugueses”, considerando, no entanto, que “há sempre alguns que são mais sacrificados do que outros”.
“A minha candidatura, num momento muito difícil, é mais necessária do que nunca”, sublinhou o candidato, deixando a garantia:”Pela minha vida, pelo meu combate, pela minha maneira de ser, pela minha cultura política, pelos valores que represento, eu dou a garantia de que, se for eleito Presidente da República, nenhum Governo porá em causa o Estado social, o Serviço Nacional de Saúde e a escola pública” em Portugal. “Comigo na Presidência da República a democracia prevalecerá em todas as partes do território nacional, seja no Marco de Canaveses seja na Região Autónoma da Madeira, não haverá distorções ao processo democrático”, avisou ainda.
Acusando a direita europeia e a portuguesa de quererem “aproveitar a crise para pôr em causa direitos sociais que custaram o sacrifício e a luta de gerações e gerações”, o candidato considerou que “através do projeto de revisão constitucional” o PSD já mostrou ao que vem, a um “projeto estratégico de destruir o Estado Social”.
Exortando “todos os portugueses da esquerda, do Partido Socialista, do Bloco de Esquerda, do Partido Comunista, os independentes, os democratas e mesmo os do Partido Social Democrata e todos os que querem um projecto humanista em Portugal” a compreender que “o que está em causa nas próximas eleições não é só a escolha de uma personalidade, é o modelo político, é o futuro da nossa sociedade, é o conteúdo social da nossa democracia”, Manuel Alegre recebeu o aplauso caloroso e entusiástico dos apoiantes.
Segundo o candidato, “é tempo de despertar” e de perceber aquilo “que está em jogo”, já que “a direita portuguesa está mobilizada à volta de Cavaco Silva porque quer alterar a relação de forças em Portugal e porque sabe que se ele for reeleito, se houver uma mudança de maioria, eles poderão fazer aquilo que está na sua revisão constitucional”.
“Se a direita está mobilizada, nós temos o dever histórico, cívico, democrático de nos mobilizarmos para este combate, que é, porventura, um dos mais importantes combates que se travou depois do 25 de Abril”, salientou o candidato.
Sempre desconfiei dos políticos que fazem política contra a política e contra os políticosNo seu discurso, Manuel Alegre deixou ainda duras críticas a Cavaco Silva, acusando-o de ter atacado a classe política, “mais uma vez”, numa mensagem deixada hoje nas redes sociais. “O Presidente, hoje candidato, através das redes sociais, veio mais uma vez atacar os políticos. Sabemos que um homem que foi ministro das Finanças, que foi dez anos primeiro-ministro, que cinco anos esteve na Presidência da República, afinal não é um político e não gosta da política”, condenou, questionando, “se não é um político e não gosta de política”, por que se candidata pela terceira vez à Presidência da República.
“Sempre desconfiei dos políticos que fazem política contra a política e contra os políticos”, criticou o candidato, considerando que “é preciso desconfiar dos homens providenciais e dos políticos que dizem que não são políticos e querem fazer política e se candidatam aos cargos políticos”.
“Eu sou um político que vem da resistência, que lutou pela liberdade, que lutou contra a ditadura, que ajudou a construir a nossa democracia”, recordou, garantindo que não se envergonha de ser um político e explicando que se candidatou à Presidência da República porque crê que “Portugal precisa de alguém que tenha uma visão diferente” do “exercício da magistratura presidencial”. “Alguém que, quando tiver que promulgar uma lei, não venha a seguir desvalorizar essa lei, alguém que quando tiver que vetar uma lei tenha a coragem de vetar essa lei e não se esconda atrás de subterfúgios ou de falsos álibis”, acrescentou
“É preciso que na Presidência da República esteja alguém que seja capaz de falar claro e que não se cale quando Portugal for humilhado, seja aqui, seja na Europa, seja na República Checa, ou em qualquer lado”, sublinhou, deixando a crítica ao silêncio do actual presidente quando ouviu ao lado do seu homólogo checo as duras acusações que este fez ao nosso país.
Considerando que Portugal precisa de “mudar de paradigma e de encontrar novas soluções”, o candidato recordou: “Somos o mais velho país da Europa” e deixou um aviso, lembrando que houve muita gente que deu a sua vida pela independência e pela liberdade do país: “Não nos vamos ajoelhar agora perante as pressões das empresas de rating, ou perante a ditadura dos mercados financeiros.”
“Não é utopia querer que Portugal tenha uma voz própria dentro da Europa”, afirmou o candidato em resposta às farpas veladas de Cavaco Silva no seu discurso “cheio de auto-elogios” de recandidatura. “Nós aderimos a uma Europa de democracia, de transparência, para mais crescimento económico, mais coesão, mais prosperidade partilhada, não uma Europa onde emergem agora os poderosos e há uma desigualdade entre o centro e a periferia”, considerou.
Recordando que, há cinco anos, havia quem achasse que a eleição de Cavaco Silva “ia ser um passeio”, com as sondagens a darem-lhe intenções de voto de 60%, e que só não passou à segunda volta por 30 mil votos, o candidato manifestou a confiança que, desta vez, a segunda volta é possível. E deixou um apelo a todos “para que se mobilizem” e compreendam que está em causa “uma batalha fundamental pelo conteúdo social da nossa democracia”. “Se formos à segunda volta haverá um grande confronto entre as forças progressistas e as forças conservadoras”, rematou Manuel Alegre, lembrando que a esquerda, o 25 de Abril e a democracia com direitos sociais são maioritárias no nosso país.
04-11-2010 http://manuelalegre2011.pt/

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