mercredi 10 novembre 2010

Dirigentes do PS garantem apoio crescente a Alegre


Candidato esclarece que não se referiu aos dirigentes do seu partido, mas exortou socialistas, bloquistas, comunistas e democratas-cristãos a mobilizarem-se em todo o País
Os dirigentes socialistas têm estado pouco empenhados na pré- -campanha de Manuel Alegre? O candidato precisou o sentido das palavras que proferiu num comício no distrito de Viseu, onde, "entusiasmado e empolgado" diante das 500 pessoas ali presentes, terá apelado a socialistas, bloquistas, comunistas, democratas-cristãos e a "toda a gente que se identifica com um projecto solidário e humanista" para se mobilizarem à escala do País nesta nova fase, em que Cavaco Silva também já avançou na corrida para o Palácio de Belém. "Fala-se muito do Orçamento [de Estado], de congressos internos [do PS] e acho que a questão decisiva é 23 de Janeiro", a data da primeira volta das eleições.
Almeida Santos, o presidente do PS e membro da Comissão Política Nacional da candidatura presidencial - que reuniu, ontem à noite, pela primeira vez, no Hotel Altis, em Lisboa -, admite ser "verdade que o partido ainda não acordou para a campanha". Acrescenta, porém, que "a campanha também ainda não está muito bem organizada, pois recebi um telefonema há cinco minutos [as declarações ao DN foram proferidas antes da hora do jantar] para uma reunião esta noite, quando já tinha um compromisso assumido há muito tempo".
O presidente do PS considera que "ainda é cedo para ver o grau de participação" do partido, lembrando a "situação anómala" que se tem vivido com a votação do OE. "Penso que logo que esteja resolvido o problema do Orçamento, o partido irá participar maciçamente na campanha e, nessa altura, mudará a situação" das son- dagens (ver caixa). Se, depois, essa intervenção será suficiente ou não para forçar uma segunda volta, essa é uma questão que Almeida Santos deixa em aberto.
À entrada para a reunião do Hotel Altis, os dois ministros que integram aquele órgão consultivo de Manuel Alegre manifestaram a sua convicção de que o PS irá empenhar-se a fundo na campanha. Alberto Martins, titular da pasta da Justiça, lembrava que "o PS decidiu o apoio a Manuel Alegre no tempo próprio" e que "assumirá as suas responsabilidades" nesta candidatura que representa "um novo idealismo democrático". Mas, por enquanto, "estamos ainda longe do epicentro da campanha eleitoral". O ministro da Defesa Augusto Santos Silva também sublinhava que "quer as bases quer as estruturas" do Partido Socialista já estão a acompanhar Manuel Alegre no terreno, garantindo que "esse empenhamento e mobilização irá naturalmente em crescendo à medida que se aproximar a campanha eleitoral propriamente dita".
A eurodeputada Ana Gomes dizia ter "a certeza que o PS se vai mobilizar", adiantando que, "embora sendo muito importantes", no actual contexto, em que esteve a ser discutido o OE, "as eleições presidenciais ainda estão em segundo plano". E a sua colega Edite Estrela, que estava em Bruxelas, em declarações ao i, já tinha recordado que "há muitos dirigentes do PS com funções governativas que não têm possibilidade nem tempo para fazer campanha agora", em plena discussão orçamental.
Vera Jardim, o vice-presidente da Assembleia da República e que também integra o órgão de aconselhamento político do candidato, em entrevista ao programa da Rádio Renascença Falar Claro, assumiu um outro "erro do partido", explicando que até o comentou com outros camaradas. "Foi o facto de terem sido agendadas há umas semanas as eleições [para as federações] distritais e, portanto, o partido andou todo empenhado nas eleições pelo País fora e, portanto, isso pode ter significado menos empenhamento, menos disponibilidade de alguns militantes. (...) Eu penso que as coisas vão mudar rapidamente".
Além da mandatária nacional Maria de Belém, a Comissão Política Nacional - que tem bloquistas, membros da Renovação Comunista e independentes -, integra ainda outros socialistas, como o presidente do Governo Regional dos Açores Carlos César, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa António Costa, o líder da bancada parlamentar Francisco Assis e vários deputados do PS.
por FERNANDO MADAÍL

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